O ministro Gilmar Mendes, do STF, manifestou-se em suas redes sociais após a saída de Deltan Dallagnol do Ministério Público. Na postagem, Gilmar disse que já alerta há alguns anos para a politização da persecução penal.
Gilmar Mendes disse ainda que a seletividade, os métodos de investigações e vazamentos convergiam para um propósito claro e político, e que se revelou com a saída do ex-procurador.
“Demonizou-se o poder para apoderar-se dele. A receita estava pronta.”
Saída do MP
Deltan anunciou sua saída do Ministério Público na última quinta-feira, 4. O agora ex-procurador disse que sua vontade era "fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção" e que quer "lutar pelas causas que acredita". A renúncia acontece há pouco menos de um ano da corrida eleitoral e especula-se que o procurador deva entrar para a política disputando uma vaga na Câmara em 2022.
Sem confirmar pretensões políticas, o ex-coordenador da Lava Jato disse que desde a faculdade carrega um sonho de um país mais justo e melhor. Diz, ainda, que foram esse sonhos que o motivou a dar seu melhor na operação, e que foi inédito do Brasil os bilhões recuperados e que “por um momento aqueles que nos roubam há décadas foram punidos pelos crimes".
“Os nossos instrumentos de trabalho para alcançar a Justiça vem sendo enfraquecidos, destruídos, e nós temos sido impedidos até mesmo de envolver a sociedade nesse debate por meio da opinião e da crítica. Por isso, eu creio que posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público, lutando com mais liberdade pelas causas em que eu acredito.”
Dallagnol afirmou que tem várias ideias sobre como pode contribuir e que será capaz de "avaliar, refletir e orar melhor" sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público. Amém.
Política com o cargo
A exoneração de Deltan dá razão ao discurso do ex-presidente Lula também, de que a Lava Jato tinha escopo político. Em 2019, Migalhas entrevistou, em Lisboa, o ex-primeiro-ministro engenheiro José Sócrates, que comentou isso, e alguns meses depois estivemos em Curitiba, na sede da Polícia Federal, com o ex-presidente. Lula nos explicou porque seria bom que Moro se candidatasse à presidência em 2022. Veja abaixo: