É falsa a informação que o presidente da República, Jair Bolsonaro, teve 12 milhões de votos desviados por um hacker durante as eleições de 2018, quando foi eleito pela urna eletrônica. Assim esclareceu o TSE, ao afirmar que o pleito daquele ano ocorreu sem nenhum registro de fraude e que a afirmação que circula na internet, sem a apresentação de qualquer prova, é fake news.
De acordo com o TSE, como as urnas eletrônicas jamais entram em rede e não têm nenhuma conexão com a internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. “Além disso, quem conhece um pouco do sistema eleitoral do Brasil sabe que a urna eletrônica não adiciona, não subtrai nem transfere votos de um candidato para outro.”
A Corte eleitoral explicou que o código-fonte da urna é aberto e, em vários momentos, verificado e auditado por vários órgãos, como Ministério Público, Polícia Federal e OAB, bem como pelos próprios partidos políticos.
“Essas entidades verificam o funcionamento do sistema e atestam que não há nenhum problema. O código-fonte também é mantido sob um sistema de controle de versões de software: qualquer alteração seria facilmente identificada pela Justiça Eleitoral e pelos órgãos fiscalizadores.”
O TSE destacou ainda que, depois que a votação é encerrada, o total de votos registrados em cada aparelho é gravado em uma mídia digital. Logo após, o resultado é transmitido ao TSE por meio de uma rede exclusiva da Justiça Eleitoral, o que impede qualquer tentativa de interceptação por hackers.
“Os dados chegam criptografados ao Tribunal, onde são checados e somados por um programa. Todo o processo de totalização também passa por auditorias. E por meio do Boletim de Urna (BU) e do Registro Digital do Voto (RDV), é possível conferir todos os votos que foram digitados na urna sem o risco da quebra do sigilo do voto.”
História de segurança
Segundo o TSE, não há uma só fraude comprovada sobre as eleições 2018 ou sobre qualquer outra eleição em 25 anos de uso da urna eletrônica.
“Essa constatação foi feita não apenas por auditorias realizadas pelo TSE ou por partidos políticos. Entre o 1º e 2º turno do pleito de 2018, auditores de partidos políticos participaram de verificações de integridade. Na cidade de Curitiba/PR, a pedido do PSL, foi realizada auditoria em urnas eletrônicas utilizadas no 1º turno. Peritos da Polícia Federal e do próprio PSL concluíram não ter havido qualquer tipo de fraude.”
Já sobre a totalização dos votos para presidente realizada pelo TSE, estudos matemáticos e estatísticos independentes já demonstraram que não houve qualquer desvio na contagem dos votos: a totalização das eleições 2018 corresponde de forma fiel ao somatório dos votos contidos nos Boletins de Urna de todo o país, explicou a Corte.
O processo eleitoral brasileiro ganhou os holofotes nos últimos meses após reiterados ataques do presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores ao voto eletrônico, ao TSE e ao presidente da Corte Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso. Mas você sabe como surgiu a urna eletrônica? Lançado em 1996, o equipamento era desejo antigo no país e tinha como objetivo eliminar fraudes no processo eleitoral, afastando a intervenção humana. Veja a história a seguir.
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Informações: TSE.