O Brasil antes do nascimento de Brasília, a esperança de se construir uma cidade no Planalto Central, o complexo emaranhado de acontecimentos históricos que influenciaram na criação do projeto, a escolha do lugar, a arquitetura modernista e os personagens que marcaram a História da capital, são capítulos narrados em palavras engajadas por Cezar Britto, na obra "Candangos, Traços de Brasília" (RTM – 191p.).
A Semana de Arte Moderna de 1922, a Escola Nacional de Belas Artes, o projeto de Pampulha, a ideologia socialista, os preconceitos sociais. o pioneirismo de JK, o golpe civil-militar de 1964 e a ousadia de uma época são registrados como alicerces da cidade que nasceu no Planalto Central.
A narrativa é contada através do olhar dual que tem persistido no Brasil, alterando-se — em cada época específica — os fatos que interferiram na formação da nova Capital, inclusive na rejeição carioca à perda de importância cultural e política na vida da República.
Uma dessas dualidades marcantes tem relação com a disputa entre o conservadorismo que resistia à ideia de um Brasil modernista, desde a dicotomia do apego à cultura europeia, passando pela proposta de uma cultura que valorizasse a brasilidade e as coisas nacionais.
Os dilemas e paradoxos que se projetam na Brasília atual - ainda confusa entre a modernidade inclusiva e o velho patrimonialismo brasileiro - são os cenários percorridos escolhidos para que os personagens indaguem: - Qual Brasília você é?
Sobre o autor:
Cezar Britto é sergipano nascido na cidade de Propriá, formado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). É advogado de várias entidades sindicais, movimentos populares e organizações não governamentais. É membro honorário vitalício da OAB. Autor de várias obras coletivas, artigos em revistas e sites especializados.
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Ganhadora:
Maíra Bertoni Contó, de Laranjal Paulista/SP