Com as medidas de isolamento em razão da pandemia, os shopping centers sentiram o impacto diretamente nas vendas. Segundo dados da Abrasce - Associação Brasileira de Shopping Centers, com o fechamento dos empreendimentos em todo o país, as perdas chegaram a 89% no mês de abril, o pior índice do ano.
Os critérios para as restrições aos shopping centers mudam de acordo com o Estado e a cidade e os empreendimentos atuam em cumprimento aos decretos da região, respeitando os períodos de funcionamento.
Apesar de ser um dos setores mais afetados, o uso de máscaras, álcool gel, medição de temperatura e limite de pessoas é seguido rigorosamente pelas administrações. O protocolo de segurança também prevê a assepsia em todas as dependências.
Ao Migalhas, Glauco Humai, presidente da Abrasce, analisou que o setor investiu muito em inovação e tecnologia e mostrou que é possível equilibrar saúde e economia. O presidente ainda ressaltou que os protocolos sanitários foram desenvolvidos e aplicados em parceria com a área de consultoria do hospital Sírio-Libanês, instituição referência em saúde no país.
“Entendemos que a alta no número de internações por covid-19 foi causada por outros setores que não investiram na criação e manutenção de protocolos de segurança, prejudicando todo o mercado e com impacto na manutenção de empregos e alavancagem da economia.”
Por fim, Glauco garantiu que segue em contato com as autoridades públicas para uma retomada tranquila, pois o segmento, que desenvolveu rígidos protocolos de segurança, é um dos mais preparados.
Vacina
Para 2021, a Abrasce projeta um crescimento de 9,5% baseado no cenário atual. A instituição acredita que a imunização da população é fundamental para a recuperação econômica.
A Abrasce enviou uma carta aos prefeitos dos 222 municípios onde há shopping no Brasil e aos governadores. No documento, coloca o setor à disposição para auxiliar no processo de vacinação da população. O detalhamento do processo e da logística será feito por cada cidade.
Tecnologia
Tentando driblar os impactos econômicos provenientes do período de calamidade enquanto não há a liberação do setor, os shoppings têm investido para acelerar a execução de projetos na área digital.
Glauco Humai disse que o setor se mostrou resiliente e trouxe mais alternativas para os consumidores, como drive-thru, televendas e cinemas drive-in.
“Essas modalidades de venda são iniciativas inovadoras implementadas pelos shoppings e fundamentais para a manutenção dos mais de 3 milhões de empregos gerados pelo setor.”
O percentual de shopping centers que ganharam aplicativos chegou a 41%. Os investimentos em marketplace também passaram a fazer parte da estratégia de 29% dos empreendimentos, seja por meio de plataformas próprias ou de terceiros. Dos 71% que ainda não têm marketplace, 59% disseram que pretendem implantar nos próximos dois anos.
Com informações da revista Shopping Centers.