A LIA - Leitura por Inteligência Artificial é uma solução tecnológica desenvolvida pelo escritório Ferreira e Chagas Advogados para dar celeridade e qualidade no processamento das publicações. O sistema coleta, todos os dias, milhares de publicações que são divulgadas nos Diários Oficiais e, a partir daí, classifica, extrai os metadados e lança os prazos correspondentes no CRM do escritório.
Segundo o escritório, a implementação visa otimizar o trabalho dos profissionais, pois a análise e leitura de documentos, que antes era feita por 33 advogados, colocando em risco o cumprimento dos prazos junto ao Judiciário, hoje é realizada em poucas horas pelo sistema de inteligência, o que elevou a produtividade em 2.500%.
De acordo com a diretora de qualidade e tecnologia do escritório, Daniela Marques, 33 pessoas liam e analisavam entre de 3 a 5 mil documentos manualmente no escritório todos os dias, sendo que todo o serviço de análise de documentos e lançamento de prazos eram feitos pelos profissionais, e atualmente são feitos pela AI - Artificil Intelligence.
Em 24 horas cada profissional lia, classificava e analisava, em média, de 200 a 250 publicações dos segmentos cível, trabalhista e eletrônico para lançamento dos prazos no sistema de gestão da empresa. Hoje esse trabalho é feito em poucas horas pela LIA.
“Por trás de tantos dados sempre tinha alguma coisa que era muito difícil extrair manualmente. Já há alguns anos investimos em tecnologia e há três anos buscamos entender como a AI poderia nos ajudar. No Direito isso é pouco explorado. Queríamos trazer uma acuracidade melhor de todos os dados que a gente tem. Me interessava liberar o advogado para fazer o que é estratégico e conseguir dar uma informação que pode ajudar o negócio fim da empresa.”
Em um ano de projeto, o sistema que foi desenvolvido junto à HOP, fez com que a LIA seja capaz de identificar 138 classes, divididas entre os segmentos cível, trabalhista e eletrônico com percentual de erro inferior a 5% e acurácia na casa dos 90%, explicou a diretora.
Desenvolvimento da Ferramenta
Tiago Moura, CTO e líder técnico da HOP, esclareceu que foi criado um algoritmo de classificação de processamento de linguagem natural que lê e interpreta a publicação apontando o tipo de decisão e, consequentemente, o prazo para atuação.
O desenvolvedor Lucas Campos, responsável pela arquitetura de dados do sistema contou como foi preparada a infraestrutura para coleta, tratamento e análise dos dados.
“Construímos várias aplicações com diferentes tecnologias para atender demandas distintas. Temos uma solução para coleta, outra para extração e assim por diante. Optamos por aplicações pequenas, simples e isoladas que facilitaram a dinâmica de trabalho já que se uma necessitasse de manutenção, as demais não seriam afetadas.”
O Agile Project Manager da HOP, Renato Nascimento, destacou que a produção que começou com cerca de 90 mil dados rotulados, hoje já conta com mais de 200 mil.
Por fim, a diretora de tecnologia e qualidade do escritório elucidou que, tudo que for possível um algoritmo ler, “é pra lá que se deve caminhar”. Pontuou que o objetivo do investimento é criar uma qualidade.
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