Ao proferir voto sobre o caso de André do Rap, na tarde desta quinta-feira, 15, os ministros Marco Aurélio e Luiz Fux protagonizaram uma discussão.
Marco Aurélio terminou seu voto falando que o Supremo estava placitando a cassação individual pelo presidente de um ato de seu integrante. E citou: “um cesteiro que faz um cesto faz um cento, e amanhã poderá será a liminar de outro integrante. Quem ganha com isso? Apenas a vaidade do presidente”.
Quando a palavra voltou a Fux, o ministro Marco Aurélio interrompeu: “V. Exa. querer me ensinar como eu devo votar, só falta essa. Eu não imaginava que seu autoritarismo chegasse a tanto.”
Fux então, disse que se tratava de caso excepcional e que Marco Aurélio não tinha razões para categorizá-lo como autoritário e nem para presumir que outros casos como esse ocorreriam.
“No caso, tratava de um traficante internacional, condenado a 25 anos, foragido a 5 anos e que fora preso por tráfico internacional de 4 toneladas, plano de fundo bastante expressivo. Com a devida vênia, no caso específico, representaria autofagia não defender a imagem da Corte e do STF depois que lhe bateram a porta para anunciar que um traficante desse nível pudesse ser solto e depois, enganando a Justiça, debochando da Justiça, enganando V. Exa., ele fugiu do país. Para mim, com todo respeito, a autofagia seria deixar o Supremo ao desabrigo.”
Marco Aurélio finalizou dizendo que não se sentia enganado pelo paciente. “V. Exa. quando suspendeu minha decisão, suspendeu de ponta a ponta, inclusive quanto às medidas cauteladoras contidas no feixo, por isso não me sinto enganado”, disse.