O Instituto de Criminalística da Polícia Civil de SP divulgou a íntegra do primeiro laudo criminal sobre a queda da marquise do edifício Vila América, no Jardim Paulista, que resultou na morte do estudante Thiago Nery em novembro do ano passado. De acordo com a perícia, a queda foi causada por “condições estruturais precárias” da própria marquise.
O laudo tem a data de 5 de dezembro de 2019, mas foi apresentado no processo judicial promovido pela família do estudante em 1º de julho. Os peritos oficiais afirmam que a construção estava fora do padrão técnico mínimo exigível para aquele tipo de construção. Apontam ainda que “o enchimento de concreto somado a camada de impermeabilização provocou uma redução da capacidade de carga da marquise”.
Após recebimento do laudo oficial, o juiz de Direito Renato Acacio Borsanelli, da 2ª vara Civil, solicitou laudo complementar ao Instituto de Criminalística, que deve ser feito nas próximas semanas.
O advogado da família de Thiago, Luciano Godoy, do escritório LUC Advogados, acredita que a gravidade das conclusões da perícia deve levar à punição célere dos culpados.
“Confiamos nas autoridades do Estado de São Paulo, na Polícia Civil, no Ministério Público e no Judiciário. Um fato dessa gravidade, que levou à perda de uma vida jovem e cheia de esperanças, seja apurado e os culpados sejam exemplarmente punidos”, afirma Godoy.
Relembre o caso
O estudante Thiago Nery Qualiotto, de 17 anos, e o colega João Tess Portugal aguardavam embaixo da marquise no dia 13 de novembro de 2019 quando a estrutura desabou sobre os dois. Nery não sobreviveu ao acidente. Ainda no último ano, a Justiça de SP já havia negado autorização ao edifício Vila América para reformar a fachada para que a perícia fosse realizada.
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