Migalhas Quentes

Gilmar diz respeitar Forças Armadas mas defende que militares não devem ser recrutados para saúde

Para o ministro, a substituição de técnicos por militares no ministério da Saúde extrapola a missão institucional das Forças Armadas.

14/7/2020

Ao enfatizar o respeito pelas Forças Armadas, o ministro Gilmar Mendes afirmou não ter atingido a honra da instituição quando disse que o "exército está se associando a genocídio" na pandemia.

O ministro esclareceu seu posicionamento, dizendo que a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do ministério da Saúde deixou de ser um apelo à excepcionalidade e extrapolou a missão institucional das Forças Armadas.

“Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas.”

Gilmar disse durante live no último sábado, 11, não ser aceitável o vazio no comando do ministério da Saúde durante a pandemia e afirmou que, se o objetivo de manter um militar à frente da pasta é tirar o protagonismo do governo Federal na crise, "o Exército está se associando a esse genocídio".

Ontem o ministério da Defesa emitiu nota repudiando a fala do ministro e informando que seria encaminhada representação ao procurador-Geral da República para medidas cabíveis.

Veja a íntegra da nota de Gilmar:

________

Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual. Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo.

Em manifestação recente, destaquei que as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado.

Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela Covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas.

Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Ministério da Defesa rebate fala de Gilmar Mendes de que exército está se associando a genocídio

13/7/2020

Notícias Mais Lidas

Estudantes da PUC xingam alunos da USP: "Cotista filho da puta"

17/11/2024

Escritórios demitem estudantes da PUC após ofensas a cotistas da USP

18/11/2024

Juíza compara preposto contratado a ator e declara confissão de empresa

18/11/2024

Gustavo Chalfun é eleito presidente da OAB/MG

17/11/2024

Concurso da UFBA é anulado por amizade entre examinadora e candidata

17/11/2024

Artigos Mais Lidos

O Direito aduaneiro, a logística de comércio exterior e a importância dos Incoterms

16/11/2024

Encarceramento feminino no Brasil: A urgência de visibilizar necessidades

16/11/2024

Transtornos de comportamento e déficit de atenção em crianças

17/11/2024

Prisão preventiva, duração razoável do processo e alguns cenários

18/11/2024

Gestão de passivo bancário: A chave para a sobrevivência empresarial

17/11/2024