Quarta-feira, 5 de março de 1828. Saía no jornal “Farol Paulistano” uma nota do redator discorrendo sobre a emoção e o orgulho da sociedade de SP por assistir à inauguração do 1º curso jurídico do Brasil: a Academia do Largo de São Francisco.
A inauguração do curso aconteceu no dia 1º de março. No texto dos tempos imperiais, o redator transcreveu, quase que como poesia, os sentimentos da sociedade paulistana: “Faltão-nos as expressões para expormos aos nossos leitores a pompa e magnificência com que no dia 1º de março se abrio o Curso-Juridico”.
"Há sentimentos tão rapidos que se não podem conter: há sensações tão vehementes que se não podem, nem se devem accalmar: o coração do homem não é capaz de conter torrentes d'emoções sublimes que o arrebatão á vista dos grandes sucessos a Patria (...) Dia 1º de março de 1828! Tu vens firmar e como sellar a nossa Independencia Politica (...) "Nem era justo que a primeira Cidade do Brasil que ouviu o grito da INDEPENDÊNCIA deixasse de ser o berço das Sciencias Sociaes, destinada a acolher em seu seio a mocidade das Provincias."
Veja o jornal:
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O periódico relatou como foi a cerimônia solene de inauguração. O discurso principal ficou a cargo do primeiro professor da Faculdade, José Maria de Avellar Brotero.
Ciências sociais: em SP e em PE
A ideia de criação de um curso jurídico no Brasil surgiu em 1822, logo após a independência. O imperador D. Pedro I, sancionou a lei de 11 de agosto de 1827, criando os dois primeiros cursos de Ciências Jurídicas e Sociais do Brasil: um na cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo, e outro na de Olinda, no Estado de Pernambuco.
SP foi o 1º Estado a receber o curso. Ela foi instalada inicialmente no Convento de São Francisco, no Largo do mesmo nome, o qual, com a concordância dos frades franciscanos e por Decreto Imperial de 11 de agosto de 1827.
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