O site The Intercept publicou neste domingo uma série de reportagens que colocam em xeque a atuação da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e, sobretudo, a isenção do então juiz Sergio Moro.
Na semana passada, Sergio Moro tinha informado, de maneira bem curiosa, que seu telefone tinha sido hackeado. Mais não disse, mas os observadores atentos perceberam que havia mais coisas entre o WhatsApp e o Telegram do que sonham nossa vã filosofia.
Os jornalistas do Intercept, entre eles o respeitado Glenn Edward Greenwald, contam que o material já estava com eles muito antes da notícia dada por Moro, deixando claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ou melhor, que tem tudo a ver, pois foi seguramente quando soube que havia conversas reservadas circulando pelas mãos de jornalistas que Moro anunciou a invasão do telefone.
Algumas passagens trazidas pela reportagem mostram que Moro não era o juiz imparcial e acima das partes. Ao revés. Aliás, se for fato o que consta no material, estamos diante do maior escândalo Judiciário brasileiro, quiçá do mundo. A participação ativa do magistrado, que no mínimo tisnou suas decisões de parciais, deve ser cuidadosamente analisada.
A participação do procurador Deltan Dallagnol também é apresentada como, no mínimo, voluntariosa. E certamente será objeto de escrutínio.
Enfim, ninguém duvide, esse é o assunto que dominará o mês de junho e, a julgar pelo que conta o jornalista (“estamos só começando”), o assunto pode ocupar a atenção do país por muito tempo.
São quatro reportagens que dão início ao fim de uma era.
1 - Como e por que o Intercept está publicando chats privados sobre a Lava Jato e Sergio Moro
Em nota divulgada na noite deste domingo, o MPF informa que seus membros foram vítimas de uma “ação criminosa de um hacker".
Vazamentos
Migalhas reuniu, em site exclusivo, todas as informações e desdobramentos dos vazamentos envolvendo a operação Lava Jato. Acesse: vazamentoslavajato.com.br