Migalhas Quentes

Movimento Mais Mulheres na OAB completa quatro anos

Nascido em Roraima, movimento conta hoje com a adesão de seccionais de todo o país.

11/4/2019

Em 11 de abril de 2015 foi, em Roraima, o Movimento Mais Mulheres na OAB. O projeto nasceu com a participação de aproximadamente 100 advogadas. Hoje, ao completar quatro anos, há motivos para comemorar: o movimento já conta com a adesão de seccionais de todo o país.

Uma de suas idealizadoras, Florany Mota, diz que a construção compartilhada dos sonhos de fortalecimento da OAB, com a participação do Movimento Mais Mulheres na OAB, se origina com as dificuldades comuns a todo movimento vitorioso, com mobilização e participação espontânea. Para ela, o objetivo é somar, "mostrar que as mulheres merecem ocupar o que lhe é de direito e justo".

Fernanda Marinela, presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada à época da criação do MMMOAB e madrinha do Movimento, destaca que 11 de abril é uma data a ser comemorada, sobretudo pelo grande avanço que o MMMOAB tem promovido para garantir a participação da mulher advogada na OAB.

"De lá para cá, muitas mulheres estão participando do sistema e ocupando cargos importantes. A advocacia feminina hoje faz a diferença em todas as seccionais do Brasil, graças às mulheres de Roraima."

História

Em outubro de 2014, durante a Conferência Nacional dos Advogados do Brasil, foi realizado o primeiro painel sobre a Mulher Advogada. Começava ali um movimento de coleta de assinaturas por todo o Brasil em defesa da cota de 30% de vagas nas eleições do sistema OAB reservada às mulheres advogadas.

Em novembro de 2014, o Conselho Federal da OAB aprovou, por unanimidade, que nas eleições para o Sistema OAB o registro de chapa deverá ter no mínimo 30% de participação de advogadas.

Alguns meses depois, em 11 de abril de 2015, foi lançado o MMMOAB, em um primeiro almoço por adesão organizado pelas advogadas Florany Mota, Maise França e Michelle Rizzo.

No mesmo ano, no dia 21 de maio, em Maceió/AL, durante a 1ª Conferência Nacional da Mulher Advogada, o Movimento foi lançado nacionalmente, com a adesão de várias seccionais de todo o país.

A primeira expressão de apoio e incentivo ao MMMOAB, por parte do Conselho Federal da OAB, foi do então Diretor Tesoureiro Antonio Oneildo Ferreira, que considera o movimento a base da 1ª Conferência.


(Michelle Rizzo, Antonio Oneildo Ferreira e Florany Mota)

Reconhecimento ao MMOAB

Jornalista e advogada iniciante, Hanna Gonçalves diz que é motivo de orgulho ser integrante do Movimento Mais Mulheres na OAB, “que nasce em Roraima e quatro anos depois já se expandiu para o Brasil inteiro, fortalecendo a participação da Advocacia feminina em todo o sistema OAB”. "Tivemos muitas conquistas em relação à nossa pauta, mas precisamos avançar muito mais."

Betânia Almeida, advogada e deputada Estadual em Roraima, foi uma das primeiras participantes do Movimento. Recém empossada na atividade parlamentar, Betânia continua participando das pautas do MMMOAB, a quem credita parte da sua eleição para deputada estadual. "Continuo ativamente participando das atividades, inclusive com a ideia de propormos também um Movimento Mais Mulheres na Política."

Daniela Teixeira, Conselheira Federal da OAB e presidente Nacional da Comissão da Jovem Advocacia, ao comentar a importância do MMMOAB, faz questão de destacar que o painel de dirigentes do Sistema OAB não tem a participação das mulheres. "É como se não existíssemos", reclama.

"Quando cheguei ao Conselho Federal da OAB, há 10 anos, eram cinco conselheiras titulares, hoje somos 19 titulares. Devemos isso ao MMOAB, mesmo que em alguns momentos nós tenhamos sido incompreendidas e até mesmo atacada."

Ela destaca o papel importante de uma das líderes do projeto, a advogada Florany Mota, “uma mulher de garra que levou a nossa voz de mulher advogada para dentro do sistema OAB”. Acredita que o painel de dirigentes do Sistema OAB, em breve, terá metade do espaço ocupado por advogadas. “Somos metade da OAB, precisamos continuar participando do MMMOAB, porque ainda falta para ser conquista, precisamos do outro lado da parede para colocar as mulheres ondem elas devem estar”.

Na época de criação do MMOAB, a então vice-presidente da CNMA, Alice Biachini acompanhou de perto a criação do movimento em Roraima. "Este movimento especial, que comemora quatro anos de criação, é uma contribuição inestimável à Advocacia brasileira. Desejo que continue, pois é um movimento muito importante, que trouxe muitas transformações."

A advogada e professor universitária da UFBA Daniele Borges, atualmente presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, relembra que, quando o movimento foi criado, eram menos de 10% as Conselheiras Federais na OAB. "Hoje, mais de 20 dos assentos titulares do Conselho são ocupados por mulheres, graças ao trabalho do MMMOAB".

 

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