Julgamento
Promotor acusa juiz de favorecer Saddam Hussein
O chefe da promotoria no julgamento do ex-presidente do Iraque Saddam Hussein por genocídio pediu ao juiz do caso que deixe o posto, afirmando que ele favorece o ex-líder.
Munqith al-Faroon queixou-se na abertura dos trabalhos no tribunal em Bagdá nesta quarta-feira que os réus foram "longe demais", ameaçando testemunhas e fazendo declarações políticas.
"Os réus foram longe demais, com expressões e palavras inaceitáveis. Os réus fizeram ameaças claras", afirmou al-Faroon.
O juiz Abdullah al-Amiri rejeitou o pedido, dizendo que sua abordagem do caso é baseada na imparcialidade e em 25 anos de experiência.
Saddam Hussein e seis outros ex-integrantes do governo estão sendo julgados por crimes de guerra contra os curdos durante a chamada operação Anfal, em 1987 e 1988.
Descrições
Na audiência de terça-feira, Saddam Hussein ameaçou um dos advogados de testemunhas, acusando-o de ser um agente de "iranianos e zionistas", acrescentando "nós vamos esmagar a cabeça dele".
Na segunda-feira, quando o julgamento foi reiniciado depois de um intervalo de três semanas, o ex-presidente iraquiano prometeu "caçar (al-Faroon) pelo resto da vida" se as alegações de que mulheres iraquianas foram estupradas durante seu regime se mostrar falsa.
Testemunhas deram descrições minuciosas do bombardeio e prisão de curdos por forças iraquianas.
Os réus são acusados da morte de até 180 mil civis no final da década de 80.
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