Migalhas Quentes

Decisão que permite terceirização de atividade-fim é positiva para o ensino superior, analisa advogado

Para especialista, decisão abre precedentes e estimula terceirização principalmente no ensino a distância.

9/10/2018

No último dia 19, a 4ª turma do TST, seguindo o relator, ministro Caputo Bastos, decidiu que é lícita a terceirização de atividade-fim, conforme entendimento fixado pelo STF na ADPF 324 e no RE 958.252, em julgamento no qual, para fins de repercussão geral, foi fixada a seguinte tese:

"É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho em pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante."

Na hipótese analisada pelo TST, o tribunal Regional havia reconhecido a ilicitude da terceirização do serviço de call center prestado pela reclamante a um banco, por entender que se encontrava diretamente relacionado à atividade precípua desenvolvida pela empresa tomadora. Por decorrência, manteve a sentença que, embora não tenha reconhecido o vínculo de emprego com o tomador dos serviços, deferiu o pedido de enquadramento da reclamante como bancária, com as respectivas parcelas devidas à categoria, e declarou a responsabilidade solidária dos reclamados.

Os ministros, por sua vez, deram provimento ao agravo em vista da demonstração de divergência jurisprudencial. A partir da decisão do Supremo, em razão de sua natureza vinculante, deve ser reconhecida a licitude das terceirizações em qualquer atividade empresarial, de modo que a empresa tomadora apenas poderá ser responsabilizada subsidiariamente. 

Segundo análise da Covac – Sociedade de Advogados, a decisão é muito positiva para o mercado de trabalho como um todo.

"Esse tema da terceirização sempre foi uma grande dúvida entre os tribunais regionais do Trabalho, que recentemente apontavam contra a terceirização da atividade-fim. Com essa decisão do TST, que reconhece a licitude das terceirizações em qualquer atividade empresarial, de modo que a empresa tomadora apenas poderá ser responsabilizada subsidiariamente, o ensino superior pode se beneficiar com essa decisão em diversas atividades", afirma o advogado José Roberto Covac.

Na opinião de Covac, a decisão pode alterar todo o mercado de trabalho, mas especificamente "o ensino superior, para regulamentar e regularizar a pós-graduação, os cursos modulares e principalmente no ensino a distância".

_________________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

STF julga constitucional terceirização de atividade-fim

30/8/2018

Notícias Mais Lidas

PF prende envolvidos em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

19/11/2024

Moraes torna pública decisão contra militares que tramaram sua morte

19/11/2024

CNJ aprova teleperícia e laudo eletrônico para agilizar casos do INSS

20/11/2024

TRT-15 mantém condenação aos Correios por burnout de advogado

18/11/2024

Em Júri, promotora acusa advogados de seguirem "código da bandidagem"

19/11/2024

Artigos Mais Lidos

ITBI na integralização de bens imóveis e sua importância para o planejamento patrimonial

19/11/2024

Cláusulas restritivas nas doações de imóveis

19/11/2024

Estabilidade dos servidores públicos: O que é e vai ou não acabar?

19/11/2024

Quais cuidados devo observar ao comprar um negócio?

19/11/2024

A relativização do princípio da legalidade tributária na temática da sub-rogação no Funrural – ADIn 4395

19/11/2024