Em comemoração aos dois anos de atividade da câmara privada de conciliação, mediação e negociação on-line, a juíza Luciana Yuki, coordenadora do Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, falou sobre "A conciliação e a mediação como ferramentas de mudança da imagem do Poder Judiciário", na quarta-feira (20).
Durante a sua fala, Luciana destacou a importância do advogado no processo de implementação dos métodos consensuais. "Percebo uma mudança na postura dos advogados, estão trabalhando para que os acordos sejam realizados. Na faculdade aprendemos que o advogado precisa ser combativo, mas esse pensamento está mudando", comemorou.
Luciana também falou sobre o papel das câmaras privadas de mediação e conciliação. "As pessoas que têm condições de utilizarem os serviços de uma câmara privada contribuiriam para o bom funcionamento do Poder Judiciário. Dessa forma, os juízes teriam mais tempo de olhar cada causa", explicou. De acordo com a juíza, os Cejuscs - Centro Judiciário de Solução de Conflitos – não suportam todas as causas as quais são demandados.
Ao concluir o discurso, Luciana alertou que é necessário mudar a "cara" do Poder Judiciário. "A ideia é que os usuários da Justiça sejam beneficiários da justiça gratuita, pessoas que realmente não podem arcar com as custas de um acordo extrajudicial".
Eliane Scheidt, advogada colaborativa e mediadora nas áreas de Direito de Família, Administrativo, Constitucional e Empresarial, também participou do evento e ministrou uma palestra sobre mediação empresarial. A mediadora apontou algumas falhas que as empresas cometem ao tentarem tratar conflitos internos.
"Poucas empresas conseguem resolver os conflitos internos. É preciso lançar um outro olhar sobre o conflito, mas as empresas não conseguem. Muitas ainda não perceberam as mudanças que estão ocorrendo, principalmente, no que diz respeito aos conflitos. A grande maioria ainda nem sabe o que é a mediação", disse.
O comportamento da sociedade e o trabalho desenvolvido pelo pode Judiciário também foram abordados pela mediadora. "As pessoas estão viciadas no juiz, mas acredito que o Judiciário está mudando e isso pode mudar a visão das pessoas também. Um exemplo dessa mudança é a mediação on-line, isso é uma quebra de paradigma", explicou.
Para diretora da Vamos Conciliar Perla Cruz, o objetivo do evento foi alcançado. "A nossa proposta era uma troca de conhecimento entre os palestrantes e os participantes. Tivemos um debate saudável e enriquecedor", celebrou.
De acordo com Mirian Queiroz também diretora da Vamos Conciliar, é necessário colocar em voga os métodos consensuais. "A nossa intenção era gerar debate e trocar experiências. Tivemos a honra de receber duas excelentes palestrantes e participantes realmente interessados na causa", concluiu.
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