Nenhuma inocência está a salvo de uma denúncia mentirosa. Lembrando essa citação, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho afirmou nesta quinta-feira, 17, durante sessão plenária do TSE, ter adoecido devido ao fato de ter seu nome envolvido em delações premiadas. “Consta que o juiz fulano de tal foi citado na delação de fulano de tal e pronto: acabou-se a vida do sujeito.”
“Eu conheço uma pessoa que adoeceu por conta disso. Uma pessoa que eu vejo todo dia. Todo santo dia de manhã eu vejo essa pessoa.... quando faço a barba. Vítima de uma insídia. Eu não consegui desfazer isso.”
Sem citar nomes ou um caso específico, o ministro criticou a imprensa que, sob o argumento de apenas informar, faz propaganda adversa. “Será que apenas uma afirmação coloca a figura de um magistrado na capa de uma revista, apontando que ele fez esse ou aquele ilícito... isso é liberdade de imprensa?”
A manifestação se deu quando o plenário julgava representação do deputado Jair Bolsonaro contra pesquisa do Datafolha que, segundo o parlamentar, ao usar a palavra “denúncia” em pergunta referente a ele, reservou “tratamento difamatório, baseado em premissa reconhecidamente falsa”. Relator do caso, o ministro Sérgio Banhos afirmou que o uso do vocábulo ‘’denúncias’’ foi feito de forma genérica, sem cunho difamatório, sem potencial para prejudicar a pretensão eleitoral de Bolsonaro.
Apesar de acompanhar o voto do relator, Napoleão fez ressalvas e afirmou: “a palavra denúncia nunca é neutra”.
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