A OAB confirmou nesta terça-feira, 12, a suspensão temporária do registro de advogado do ex-procurador Marcello Miller.
Ele é suspeito de atuar para o grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista, enquanto ainda era servidor público.
Até o ano passado, Miller atuava como auxiliar do procurador-Geral, Rodrigo Janot, em Brasília. Posteriormente, voltou a atuar na procuradoria do RJ, até deixar a carreira em abril. Após ser exonerado, Miller passou a trabalhar no escritório Trench, Rossi e Watanabe, que negociou parte do acordo de leniência do grupo da JBS.
Em 5 de julho, o ex-procurador deixou a banca e o motivo não foi divulgado. Em nota conjunta, as assessorias divulgaram que "o advogado Marcello Miller e Trench Rossi Watanabe chegaram a um acordo na noite de quarta-feira e ele deixou o escritório".
Há uma semana, a banca enviou à Procuradoria documentos que mostram troca de e-mails comprometedora entre ele e duas advogadas da banca, tratando dos acordos de colaboração da J&F que futuramente seriam homologados, e também de honorários advocatícios.
A seccional do Rio divulgou sexta-feira, 8, uma nota informando que "o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ mantém o processo disciplinar para apurar a conduta do advogado Marcello Miller. A decisão foi tomada em 27 de junho, após os esclarecimentos do advogado serem considerados insuficientes. A análise disciplinar segue sigilosa até o trânsito em julgado. O Tribunal baseia-se em informações públicas sobre o fato, como as recentemente levantadas em inquérito policial, no estudo técnico da denúncia, nos testemunhos dos envolvidos, na defesa da parte e no confronto dos artigos do Estatuto da Advocacia".
O registro de Marcello Miller será oficialmente suspenso hoje, 13, pela OAB/RJ, onde está registrado, durante um evento que terá a presença de Lamachia e do presidente da seccional, Felipe Santa Cruz.