Acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa pela força-tarefa da Lava Jato no Rio, Adriana é suspeita de usar seu escritório de advocacia para receber propina. Sete dos dez maiores contratos do escritório da ex-primeira-dama somam R$ 27 milhões.
Sérgio Cabral foi preso em 17 de novembro na operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que desvendou esquema milionário de propinas atribuído ao peemedebista. Ele teria chefiado um grupo que desviou R$ 224 milhões em obras com diversas empreiteiras como a reforma do Maracanã e o Arco Metropoliltano, em troca de aditivos em contratos públicos e incentivos fiscais.
Na decisão, o magistrado esclareceu que "a requerida, advogada de grande prestígio no meio forense, não está sendo investigada pela prática de atos que ela teria cometido no exercício de função pública, e sim por participar de uma grande Organização Criminosa que, como apontam as investigações, teria se instalado na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a partir do então Governador do Estado Sérgio Cabral, seu marido".
Cabral teria se utilizado também de um sistema de contabilidade paralelo da joalheria Antonio Bernardo, por meio da compra de R$ 5 milhões em joias. Na joalheira H.Stern, Cabral teria comprado joias no valor de R$ 2 milhões. As compras eram feitas em dinheiro vivo, sem a emissão de notas fiscais.
Com relação às joias, o juiz observou que "embora as investigações tenham identificado registros nas joalherias investigadas de que Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo adquiriram pelo menos 189 joias desde o ano 2000, somente 40 peças foram apreendidas pela Polícia Federal por ocasião das buscas e apreensões, as quais foram encontradas no cofre do quarto da residência do casal. Tal constatação, como afirma o MPF, permite a conclusão de que a investigada Adriana Ancelmo permanece ocultando tais valiosos ativos, criminosamente adquiridos, eis que ainda não apreendidos pela Polícia Federal no cumprimento da ordem cautelar emanada deste Juízo, demonstrando a necessidade de renovação da medida cautelar anteriormente deferida".
Busca de apreensão
O juiz Federal também determinou a busca e apreensão no apartamento do ex-governador. A PF busca joias, pedras preciosas, objetos de arte e dinheiro em espécie com valor igual ou superior a R$ 30 mil ou US$ 10 mil que não tenha prova de sua origem.
Também quer localizar documentos, mídias e outras provas relacionadas aos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e documental e organização criminosa.
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Processo: 0509565-97.2016.4.02.5101