Sindicatos dão prazo para fim de lei trabalhista na França
Os sindicatos franceses estabeleceram um prazo até a Páscoa para que o governo revogue a polêmica lei trabalhista que facilita a demissão de jovens no primeiro emprego
Caso contrário, os grupos organizarão um novo dia de protestos.
O presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores franceses, Bernard Thibault, disse que não vai desistir enquanto a lei, batizada de CPE (Primeiro Contrato de Emprego, na sigla em francês), não for revogada.
Representantes das 12 maiores confederações e sindicatos estão reunidos com o governo discutindo a questão.
Protestos
A força dos movimentos estudantis e trabalhistas foi testada na terça-feira, com enormes protestos em mais de 200 cidades em todo o país.
De acordo com os sindicatos, mais de 3 milhões de pessoas foram às ruas em toda a França no quinto grande protesto nacional contra a lei. A polícia calcula que o número de manifestantes tenha ficado em torno de 1 milhão.
O jornal econômico Les Echos afirma que há uma crescente preocupação com a forma com que o presidente Jacques Chirac e o primeiro-ministro Dominique de Villepin administraram a crise, que começou a afetar a demanda por produtos franceses.
Críticos afirmam que a medida, que permitiria a demissão de pessoas até 26 anos a qualquer momento nos primeiros dois anos de contrato, pode ampliar a insegurança dos trabalhadores e violar direitos que foram duramente alcançados no país.
Mudanças
O presidente ofereceu um pacote de concessões na sexta-feira, ao ratificar o CPE. Ele suspendeu imediatamente a vigência da nova lei, para retorná-la à Assembléia Nacional com as emendas propostas.
Entre as concessões estariam a redução do prazo sem estabilidade de dois para um ano e a obrigatoriedade para empregadores de apresentar razões para demissões.
A França, segunda maior economia da zona do euro, sofreu uma onda de protestos em zonas de baixa renda, nos arredores de Paris, no ano passado.
A polêmica lei do primeiro emprego foi apresentada pelo governo como parte da solução para o problema de desemprego nestas áreas.
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Fonte: BBC