Pedido de Lula é ignorado
A Anatel homologou os reajustes sob a alegação de que precisava cumprir os contratos em vigor. A recomendação para que o reajuste fosse suspenso foi enviada em ofício assinado pelo ministro das Comunicações ao presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura. O ofício foi redigido após as empresas decidirem não mais parcelar o aumento, conforme havia sido negociado. A proposta era dividir o reajuste em duas parcelas: a primeira de 17% imediatamente e os 11% em dezembro deste ano ou janeiro de 2004.
“O que fizemos foi cumprir os contratos. Não havia outra coisa a fazer. Conversei com o ministro. Disse a ele: ministro, o momento agora é de fechar (o reajuste), pois precisamos usar critérios técnicos. É claro que, como todo cidadão brasileiro, ele estava preocupado com o impacto ao consumidor”, acrescentou Schymura.
Schymura afirmou que a Anatel optou por não parcelar o reajuste porque o consumidor seria prejudicado. Se fosse parcelado, disse ele, as empresas repassariam ao consumidor residencial o reajuste integral de 28,75% - a variação do IGP-DI nos últimos 12 meses menos 1% de produtividade, conforme prevê o contrato com as empresas de telefonia. Sendo o aumento de uma vez só, houve um abatimento e o reajuste caiu para 25%.
“Anunciar um aumento como se fosse o que estava sendo negociado é inadmissível”, disse Miro Teixeira, antes de a Anatel autorizar o aumento.
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