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Diretor não empregado não receberá multa de 40% sobre depósitos do FGTS

Diretor não era empregado e poderia ser destituído do cargo a qualquer momento. Seu afastamento não poderia ser equiparado à demissão.

4/12/2014

A 5ª turma do TST, por unanimidade, absolveu a Companhia Manufatora de Tecidos de Algodão da condenação ao pagamento da multa de 40% do FGTS a um ex-diretor que, mesmo não sendo empregado, tinha o FGTS depositado pela empresa, que estendia o benefício aos membros da direção.

A empresa argumentou, em recurso para o TST, que os depósitos dos FGTS não geram o direito ao pagamento da referida multa, "porque não se tratava obrigação, mas mera liberalidade de sua parte". Alegou que o diretor eleito de sociedade anônima não tem vínculo empregatício e, portanto, não ocorre rescisão contratual, "mas a destituição ou término do mandato respectivo".

O ministro Caputo Bastos, relator, deu razão à empresa, esclarecendo que o artigo 18 da lei 8.036/90 (lei do FGTS) fixa como requisitos para a incidência da multa "que haja dispensa do empregado e que esta se dê sem justa causa".

Desta forma, de acordo com o ministro, não há como aplicá-la ao caso, pois, como não empregado, de acordo com previsão estatutária, o diretor poderia ser destituído do cargo a qualquer momento, tanto por determinação da assembleia, como pelo fim do seu mandato. Seu afastamento, portanto, não poderia ser equiparado à demissão, "e muito menos sem justa causa".

O diretor entrou na empresa em 1990 como gerente comercial, cargo que exerceu até 1993, quando teve o contrato de trabalho rescindido e foi eleito em assembleia de sócios para ocupar o cargo estatutário de diretor comercial. Destituído em 2008, ajuizou a ação trabalhista, pedindo a multa de 40% sobre os depósitos do FGTS.

O juízo da vara do Trabalho de Cataguases/MG reconheceu seu direito ao recebimento da multa. A sentença foi mantida pelo TRT da 3ª região, sob o entendimento de que, ao estender aos diretores não empregados o benefício do FGTS, deveria arcar também com a multa de 40% no caso de extinção imotivada do contrato. No entanto, a condenação foi retirada pelo TST.

Fonte: TST

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