Entidades se reúnem na OAB/SP para apresentar estudo do impacto da arrecadação nas micro e pequenas empresas
Durante o evento, o presidente do IBPT, Gilberto Amaral, divulgará um estudo mostrando como que as micro e pequenas empresas, de acordo com o seu porte de faturamento, têm pago cada vez mais tributos nos últimos anos, em desrespeito à Constituição brasileira, que determina um tratamento privilegiado a este importante segmento nacional.
Para o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, a voracidade arrecadatória do Fisco fica mais uma vez evidente na aplicação da MP 275, com conseqüências nefastas para todos os contribuintes. “Temos um país burocrático, moroso, pesado e distante da justiça tributária. Não é à toa que quase metade das ações no Poder Judiciário decorre de questões envolvendo impostos e tributos. Hoje, dos 13 salários anuais recebidos, o brasileiro deixa 5 para o Fisco na forma de impostos. Essa extravagância tributária massacra pessoas físicas e jurídicas. Também se procede a atuações fiscais em desrespeito à legislação, que merecem firme repúdio da sociedade civil”, diz D’Urso.
Na avaliação de Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo, mais uma vez a Receita Federal está traindo a confiança do Congresso, ao aplicar de forma indevida a MP 275. “Quando passou de R$ 1,2 milhão para R$ 2,4 Milhões corrigiu-se o limite. As alíquotas deveriam ser idênticas, mas foi feito um acréscimo dessas alíquotas, como expansão dos limites; e o que precisava era corrigi-los. A contratação de profissionais liberais por Pessoa Jurídica foi consagrada na lei da MP do Bem, mas a Receita Federal insiste em desconhecer isso e continua autuando. Vamos denunciar isto”, analisa.
Igualmente crítica é a posição de Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical. Para ele, o governo é um desastre. “Vira para cá, vira para lá, é só aumento de imposto que enxergamos. No caso da MP 275 não é diferente. Vem aumentar a carga tributária, que já corresponde a 39% do PIB, dificultando, ainda mais, a produção e aumentando o desemprego”, comenta Paulinho.
Para Antonio Marangon, presidente do Sescon/SP ( Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo), diante desse quadro, uma reação se faz necessária: “Nos últimos dois ou três anos, os setores produtivos vêm-se insurgindo contra os abusos tributários. Os contribuintes estão saturados de pagar impostos e se sentem vítimas de estelionato, pois não recebem de volta os serviços básicos financiados com os recursos dos tributos, e para tanto, garantidos por lei”.
________________