A OAB/DF realizou nesta terça-feira, 10, sessão de desagravo público ao advogado José Gerardo Grossi. O agravante foi o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, por, segundo a seccional, ferir as prerrogativas profissionais do advogado.
Joaquim Barbosa, ao indeferir o pedido de autorização de trabalho externo ao apenado José Dirceu, condenado na AP 470, afirmou que a proposta de trabalho apresentada pelo escritório do advogado Grossi seria uma “mera action de complaisance entre copains”. Para o conselho, a proposta de trabalho revela legítima inciativa por parte profissional essencial à administração da Justiça, o qual buscou com seu ato colaborar para a ressocialização de pessoa condenada, a fim de propiciar sua reinserção no seio da sociedade.
O criminalista Luiz Fernando Pacheco se referiu à atuação do ministro JB como “populismo judicial”. “Estamos todos nós advogados nos sentindo desagravados na sua pessoa que tem 60 anos de advocacia. Joaquim Barbosa sai por uma porta do STF, a Justiça entra por outra”.
Kakay disse que o ministro, ao longo da passagem pelo Supremo, foi causando dissabor não só aos advogados, mas também a juízes e demais operadores do Direito. “Em mais de uma vez eu disse que aquela toga era maior do que ele. Mas ele cometeu o grave erro de fazer o que fez com o Grossi”.
Durante a sessão, o presidente da seccional, Ibaneis Rocha, disse que a atitude do ministro JB atingiu justo um profissional que é conhecido como exemplo de correção e ética. “O risco da ofensa a Grossi é a ameaça às prerrogativas de todos os advogados, de todo o país, independente de quem seja". Ibaneis afirmou também que se o ministro for pleitear a carteira da OAB/DF, ele não vai conceder o pedido. Há precedentes para esta situação porque um dos requisitos para se ter a carteira é a idoneidade moral e um agravante por violação de prerrogativas não tem este atributo.