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Coleção de figurinhas é paixão antiga de desembargador do TJ/SP

Atualmente, o acervo do magistrado possui cerca de 600 álbuns diferentes, todos sobre futebol.

2/6/2014

O álbum de figurinhas da Copa virou febre no país. Entre os brasileiros, esta paixão não é novidade. Para o desembargador do TJ/SP e professor universitário Moacir Andrade Peres, ela teve início no final da década de 50 e perdura até hoje.

O magistrado conta, no entanto, que não guardou os álbuns que fez quando criança. Mas há aproximadamente dez anos resolveu retomar os sentimentos do passado e foi em busca das figurinhas que não foram guardadas. Atualmente, o acervo possui cerca de 600 álbuns diferentes. Se considerados os repetidos, utilizados para troca, o número quintuplica. Só os das 'Balas Futebol' são quase 250.

Ainda assim, Peres continua comprando os álbuns lançados e as respectivas figurinhas. Segundo ele, poderia adquiri-los já completos, mas isso não lhe traria a mesma satisfação.

O acervo

Segundo Moacir Andrade Peres, sua atual coleção só se tornou realidade devido à aquisição do acervo da família de um colecionador falecido, Laerte Pastore, entusiasta de álbuns de figurinhas e cartões postais. A partir dessa compra, o magistrado resolveu não se limitar aos álbuns da sua época de infância e atingiu períodos anteriores e posteriores.

O desembargador Moacir destaca, então, que a coleção se restringe ao tema futebol e aos álbuns editados no Brasil. Para isso, seguiu as palavras do escritor e filósofo italiano Umberto Eco:

"Pode-se executar seriamente até uma coleção de figurinhas: basta fixar o tema, os critérios de catalogação, os limites históricos da coleção."

Relíquias

Os álbuns mais antigos da coleção são da década de 30. Se considerar figurinhas soltas, na época em que inexistiam álbuns, as mais antigas são de 1919. "Saliento que, em razão de minha estafante rotina de trabalho, que me priva, muitas vezes, até de um contato familiar mais intenso, gasto menos tempo do que gostaria com a coleção. De qualquer forma, continuo a procurar novos itens para completá-la, de acordo com o critério por mim estabelecido, organizando-a, sempre que possível."

Para o colecionador, os álbuns de figurinhas são de fundamental importância para a preservação da memória do futebol. "Na qualidade de colecionador de álbuns de figurinhas, fui convidado e passei a participar do MEMOFUT - Grupo de Literatura e Memória do Futebol, seleto grupo de estudiosos do assunto, o que confirma a importância dessa vertente de colecionismo".

Preferidos

"Minha predileção recai nos álbuns das 'Balas Futebol', veiculados entre 1938 e 1960. Trata-se de coleção de grande repercussão, não apenas pela longa sequência de anos, mas, principalmente, pela constante reciclagem e renovação gráfica (desenhos, caricaturas, fotografias dos atletas, charges, mascotes e lances de jogo). Dois grandes artistas gráficos já falecidos – Nino Borges e Miécio Caffé – participaram da elaboração das capas e diagramação dos álbuns", ressalta Moacir Peres. "Os álbuns eram o elo entre os meninos da época e seus ídolos."

Desafio

Para o desembargador, completar a coleção representa um grande desafio. Além da dificuldade natural de encontrar álbuns antigos, os das 'Balas Futebol' apresentam obstáculos adicionais. Os livretos continham figurinhas difíceis, 'carimbadas' em alto-relevo seco, circunstância que dificultava o preenchimento.

Um exemplar do álbum da Copa do Mundo de 1950 (capa de Miécio Caffé), participou de mostra no Museu da Figurinha em Modena, na Itália, no final de 2007, tendo suas duas primeiras páginas (times do Brasil e do Uruguai) reproduzidas no prestigioso "La Gazzetta dello Sport". "Tenho muitos álbuns das 'Balas Futebol' preenchidos e outros incompletos, motivação suficiente para que eu continue em busca dos faltantes".

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