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Resultado do sorteio especial - Goffredo Telles Junior

Veja quem são os cinco leitores que faturaram a obra "Carta aos Brasileiros - 1977", enriquecida com o conhecimento do ilustre professor Goffredo.

31/3/2014

A obra "Carta aos Brasileiros - 1977" (Juarez de Oliveira - 95p.), relata a inesquecível leitura da carta aos brasileiros, pelo professor Goffredo Telles Junior, no território livre da Academia de Direito de São Paulo.

O acontecimento marcado por sabedoria e coragem foi na noite de 8 de Agosto de 1977, na plena vigência do regime de ditadura militar. O Professor Goffredo leu sua "Carta aos Brasileiros", no Pátio da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, diante de grande multidão de estudantes, de gente do povo, de altas personalidades e de jornalistas, em comemoração do Sesquicentenário da Fundação dos Cursos Jurídicos no Brasil.

Esse famoso documento se tornou marco decisivo no processo de abertura democrática no País.

Confira um trecho do livro :

"O que nós sustentávamos — nós, democratas — era que o Estado de Direito é sempre primeiro, porque primeiro estavam os direitos e a segurança da pessoa humana. Nenhuma idéia de segurança nacional e de desenvolvimento econômico prepondera sobre a idéia de que o Estado existe para servir ao homem. Estávamos convictos de que a segurança dos direitos da pessoa humana é a primeira providência para garantir o verdadeiro desenvolvimento de uma Nação. Nós queríamos segurança e desenvolvimento. Mas queríamos segurança e desenvolvimento dentro do Estado de Direito.

Em meio da treva cultural do Estado de Fato, eu diria, em meu manifesto, que a chama acesa da consciência jurídica não cessa de reconhecer que não existem, para Estado nenhum, ideais mais altos do que os da Liberdade e da Justiça.

No meu manifesto, eu diria que o Brasil dos ditadores não era o nosso Brasil. No Brasil dos ditadores, a sociedade civil estava banida da vida política da Nação. Pelos chefes do sistema, a sociedade civil era tratada como se fosse um confuso conglomerado de ineptos, sem discernimento e sem critério, aventureiros e aproveitadores, incapazes para a vida pública, destituídos de senso moral e de idealismo cívico".

Sobre o autor :


Cursou o ensino superior na Faculdade de Direito da USP, Turma de 1937. Foi soldado na Revolução Constitucionalista de São Paulo – 1932. Inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil como Solicitador Acadêmico em 1935, como Advogado desde 1937. Foi advogado militante a vida inteira. Professor de Direito da USP, desde 1940. Lecionou durante quase 45 anos.

Em 1985, foi aposentado compulsoriamente, ao atingir 70 anos de idade. Continuou, porém, em seu próprio escritório, a dissertar sobre a Disciplina da Convivência Humana, a grupos numerosos de estudantes em cordial visita. Pouco antes de sua aposentadoria, e pelo voto unânime do Conselho Universitário, foi honrado com o título de Professor Emérito da USP.

Foi vice-diretor da Faculdade de Direito da USP, de 1966 a 1969, tendo exercido a Diretoria em diversos períodos. Membro do conselho técnico-administrativo da Faculdade, de 1958 a 1969. Organizador e primeiro chefe do departamento de filosofia e teoria geral do Direito dessa Faculdade, de 1970 a 1974. Organizador e coordenador dos cursos de pós graduação de 1972 a 1974. Conselheiro do Conselho penitenciário do estado de São Paulo, por quase trinta anos.

Deputado Federal Constituinte em 1946, e Deputado Federal na legislatura 1946/1950. Secretario da educação e cultura da Prefeitura de São Paulo, em 1957. Nessa oportunidade, salvou da extinção e reorganizou a rede de Escolas do ainda incipiente ensino primário municipal. Sócio fundador do Instituto Brasileiro de Filosofia. Foi Presidente do Conselho Pedagógico da Escola de Governo, criado pelo Prof. Fábio Konder Comparato, para a formação de governantes.

Foi Membro da Comissão de Ética, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência -SBPC. Membro do Conselho do Instituto Brasileiro de Altos Estudos – IBRAE da Fundação Armando Alvares Penteado. Foi Presidente da Associação Paulista dos Professores do Ensino Superior- APPES e Presidente da Associação Brasileira de Juristas Democratas. Com o Professor Antonio Ferreira Cesarino Junior, participou dos trabalhos de fundação da Academia Paulista de Direito. Sócio fundador do museu Lasar Segall. Em 2002, foi eleito membro honorário da Academia Brasileira de Letras Jurídicas.

Faleceu em 27 de junho de 2009.

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Ganhadores :

  • José Carlos Bonan, advogado em Cabo Frio/RJ;
  • José Donizeti Sampaio, técnico Judiciário em Campinas/SP;
  • Ralf Brunhani, advogado em Artur Nogueira /SP; e
  • Katiane Gomes de Oliveira, advogada em Sapucaia do Sul/RS.
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