Lula propõe a taxação do comércio internacional de armas
"A incorporação dos países em desenvolvimento à economia global passa necessariamente pelo acesso sem discriminações aos mercados dos países ricos. Fizemos um enorme esforço e sacrifício para conquistar competitividade. Mas como competir livremente em meio à guerra de subsídios e outros mecanismos de proteção, que criam uma verdadeira exclusão social?", disse.
Em um trecho mais adiante, Lula cobrou "coerência" dos parceiros mais ricos e sugeriu que a OMC está atrelada aos interesses desses países. "Vejo com preocupação as resistências na OMC para remover subsídios bilionários, principalmente à agricultura. Questões prioritárias - como a do acesso a medicamentos - são proteladas. Essas atitudes não são construtivas e só aumentam o ceticismo em relação às boas intenções e à sabedoria dos mais prósperos."
O presidente ainda propôs a taxação do comércio internacional de armas como uma de duas formas de financiar "um fundo mundial capaz de dar comida a quem tem fome e, ao mesmo tempo, de criar condições para acabar com as causas estruturais da fome".
A proposta do governante brasileiro será submetida, hoje, à reunião do G8, o clube dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia, que se realiza na cidadezinha francesa de Evian, conforme anunciou o anfitrião, o presidente francês, Jacques Chirac.
O presidente brasileiro mencionou também, como fonte para financiar o fundo contra a fome, "mecanismos para estimular que os países ricos reinvistam nesse fundo percentagem dos juros pagos pelos países devedores".
Chirac, apesar de ter elogiado o discurso de Lula, que classificou de "forte e convincente", desviou o debate, talvez porque a França é grande exportadora de armas.
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