Em um dos vídeos, um pastor diz aos presentes que eles podem fechar os terreiros de macumba do bairro. Em outro, ele afirma que não existe como alguém ser de bruxaria e de magia negra, ou ter sido, e não falar em africano. Em um terceiro vídeo, um homem denominado "ex-macumbeiro" atrela todos os seus vícios a entidades de umbanda, vinculando uma imagem demonizada a tudo o que se relaciona com aquela religião. Em outro vídeo, uma mulher atribui todas as suas mazelas existenciais aos trinta e dois anos que esteve ligada ao candomblé.
A denúncia foi feita pela Associação Nacional de Mídia Afro e a PRDC - Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do RJ instaurou um procedimento administrativo para apurar os fatos. De acordo com conclusão do procurador regional, Jaime Mitropoulos, a liberdade de manifestação do pensamento traz em si a responsabilidade por aquilo que se fala e o que se faz, sendo que a liberdade de crença não é um escudo para acobertar violações aos direitos humanos.
Para o magistrado, evidencia-se a necessidade de coibir a divulgação desses conteúdos, pois "enquanto esses conteúdos permanecerem disponíveis, seus autores e divulgadores estarão violando, de forma reiterada e frontal, o direito que adeptos de outras religiões têm à proteção de suas consciências".
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Processo: 1.30.001.000568/2014-30
Confira a conclusão do órgão.