A ferramenta foi utilizada pela primeira vez nas eleições municipais de 1996, quando o TSE era presidido pelo ministro Marco Aurélio. Um terço do eleitorado, 32 milhões de brasileiros, distribuídos em 57 cidades, utilizaram mais de 70 mil urnas para registrar seus votos.
Histórico
A primeira votação eletrônica foi realizada em caráter experimental no município de Brusque, no 2º turno das eleições presidenciais de 1989. Anos depois, em 1994, sob a presidência do ministro Sepúlveda Pertence, o TSE realizou pela primeira vez o processamento eletrônico do resultado das eleições gerais daquele ano.
Para dar o passo seguinte nesta escala, a Corte eleitoral formou uma comissão liderada por pesquisadores do Inpe e do Centro Técnico Aeroespacial de São José dos Campos para a elaboração do projeto técnico, incluindo o equipamento e os programas, do que seria a urna eletrônica. Cinco anos depois de ser utilizada pela primeira vez, a ferramenta chegava a todos os cantos do país, na primeira eleição totalmente informatizada.
Ainda segundo o presidente do TSE, a máquina teve uma ótima recepção por parte do eleitorado devido a características como a similaridade entre o teclado das urnas e dos telefones públicos, facilitando a atuação do eleitor, pouco importando a escolaridade.
Para o ministro Marco Aurélio, a urna eletrônica hoje "é algo que orgulha os brasileiros em geral, quer ante a fidelidade ao que manifestado pelo eleitor, quer relativamente à rapidez na votação e também na apuração dos resultados".
Segurança e transparência
O ministro Marco Aurélio assinala que é difícil contentar a todos. "Existe sempre alguma desconfiança, mas posso afiançar que, nesses muitos anos de utilização da urna eletrônica, não houve uma impugnação sequer reveladora de aspectos a serem considerados com seriedade. O importante é que o eleitor confie nas instituições e, acima de tudo, na fidelidade a propósitos, na urna eletrônica".
A fim de aprimorar o sistema de segurança das máquinas, o TSE também já realizou duas edições dos Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, em 2009 e 2012, e, nas duas oportunidades, investigadores inscritos apresentaram e executaram planos de "ataque" aos componentes externos e internos da urna eletrônica e sistemas correlatos. Como resultado dos testes, o TSE tomou medidas para reforçar a segurança dos equipamentos e programas de computador e garantir eleições ainda mais confiáveis.
Novos desafios
"Para evitar essa fraude, vem-se trabalhando na biometria, ou seja, na identificação datiloscópica do eleitor. Com as impressões digitais, haverá certeza absoluta de ser ele a pessoa realmente credenciada a votar".
Por fim, o ministro pondera que o aprimoramento é uma obra infindável e que o Judiciário Eleitoral está sempre aberto a sugestões.
Eleições 2014
Passados 18 anos da primeira votação eletrônica no país, o antigo "coletor eletrônico de votos", como nomeado à época da invenção, será utilizado por mais de 141 milhões de eleitores brasileiros para escolher seus candidatos nas eleições de outubro. Cerca de 534 mil máquinas serão colocadas à disposição do eleitorado.