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Advogado que violentou crianças em casa não tem direito a prisão domiciliar

A 5ª turma do STJ manteve decisão que negou prisão domiciliar a um advogado que violentou sexualmente três crianças em sua própria residência.

19/1/2014

A 5ª turma do STJ manteve decisão que negou prisão domiciliar a um advogado que violentou sexualmente três crianças em sua própria residência. O número desse processo não é divulgado em razão de sigilo judicial.

Ele foi condenado em duas ações penais a 24 anos e seis meses de prisão, por estupro e atentado violento ao pudor de vulneráveis, e a sete anos e seis meses, pela divulgação de material pornográfico infantil.

O advogado foi colocado em cela individual, na penitenciária de Tremembé/SP, devido à falta de sala de Estado-Maior – que é a acomodação diferenciada garantida aos profissionais inscritos na OAB pelo artigo 7º, inciso V, do Estatuto da Advocacia.

A defesa impetrou HC para que, na falta da sala especial, o advogado pudesse cumprir a pena em prisão domiciliar. O magistrado de primeiro grau, embora tenha reconhecido o direito do profissional conferido pelo Estatuto da Advocacia, afirmou que não havia sala de Estado-Maior nas unidades da PM de SP.

O juiz decidiu que o advogado não cumpriria prisão domiciliar, já que os crimes teriam sido cometidos em sua própria residência, mas que permaneceria separado dos demais presos.

Risco concreto

A decisão foi mantida pelo TRF da 3ª região. Diante da negativa, a defesa buscou o STJ.

Com base em precedentes da Corte Superior, a ministra Regina Helena Costa, relatora, mencionou que a cela individual comum, localizada em estabelecimento penitenciário, não atende aos requisitos necessários para substituir a ausência de sala de Estado-Maior.

“Entretanto, no caso dos autos, verifico a existência de fundamentação concreta capaz de manter a negativa de prisão sob o regime domiciliar”, disse. Isso porque o juízo de primeiro grau afastou a prisão domiciliar sob o fundamento de que os crimes contra os menores ocorreram na casa do advogado.

“Desse modo, eventual prisão domiciliar acarretaria risco concreto de reiteração delitiva, facilitando o aliciamento de novas vítimas”, ressaltou Regina Helena Costa.

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