Atual corregedor-Geral de Justiça da gestão de Ivan Sartori, Nalini foi eleito com 238 votos. Em entrevista concedida logo após o anúncio do resultado do pleito, o desembargador falou sobre as prioridades e propostas de sua gestão. Pregando a conciliação da experiência e da tradição com a ousadia e a criatividade, Nalini afirmou, logo após o resultado do pleito, que "a Justiça de SP precisa acertar o passo com a modernidade".
Recursos
Para combater o que chamou de "crônica de insuficiência de recursos materiais", José Renato Nalini propõe a captação de recursos internacionais para o aprimoramento do judiciário de SP. Segundo o novo presidente do TJ, instituições como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento poderiam prover o Tribunal dos recursos necessários para melhorar a estrutura do judiciário do Estado, otimizar o processo eletrônico, entre outros.
"A Justiça de SP é gigantesca, a maior do mundo, não só do Brasil. Embora tenhamos um orçamento superior a 17 Estados da Federação brasileira, ele é insuficiente para as nossas necessidades. Temos que buscar recursos", afirmou.
Citando o Custo Brasil, Nalini demonstrou preocupação com a parcela de responsabilidade do Judiciário para o próprio desenvolvimento do país: "O Custo Brasil tem uma percentagem razoável do trabalho da Justiça, considerando principalmente a duração do processo".
Trabalho remoto
Quanto ao relacionamento com os servidores do TJ/SP, José Renato Nalini pretende direcionar o próximo biênio para uma gestão participativa. "Eu sonho muito em fazer uma justiça bem eficiente e que todos aqui do tribunal, nas 347 comarcas, trabalhem satisfeitos, com orgulho", disse.
O novo presidente assinalou com a possibilidade de implantação de trabalho em esquema de home office: "Eu penso, por exemplo, se possível, fazer flexibilização de horário, em lugar de fazer com que 50 mil pessoas ingressem no mesmo horário. Que as pessoas possam trabalhar às vezes em home office. O que nos interessa é a produtividade. Imagine em SP, com o tempo que as pessoas perdem no trânsito, se fosse possível usar esse tempo para lidar com mais processos?".
Segundo ele, dar conta do excesso de processos da Justiça de SP deve ser prioridade. "Temos que liberar o Judiciário das 12 milhões de execuções fiscais que correm no Estado. Nós não estamos aqui para cobrar dívida do Estado", asseverou.
Cúpula
O biênio de 2014/15 do TJ/SP será dirigido, além de Nalini, pelo desembargador Eros Piceli, eleito para a vice-presidência, e o desembargador Hamilton Elliot Akel, novo corregedor-Geral de Justiça.
Em entrevista logo após a eleição, o novo corregedor, comentando a duração do processo, afirmou que é preciso que a prestação jurisdicional seja muito bem fundamentada, bem pensada, pois "não existe nada que doa mais em uma pessoa do que a injustiça". Segundo ele, o fato do TJ/SP responder por cerca de metade de todo o movimento processual do país pressupõe que o tribunal bandeirante tenha um tratamento diferenciado se comparado com outros Estados.
Para a presidência das seções foram eleitos:
- Direito Criminal - Geraldo Francisco Pinheiro Franco- Direito Público - Ricardo Mair Anafe
- Direito Privado - Arthur Marques da Silva Filho