O juiz Federal Julier Sebastião da Silva é um dos investigados e, de acordo com o jornal Diário de Cuiabá, teve documentos apreendidos por policiais federais em sua casa e gabinete. Ele teria sido envolvido no caso após interceptações telefônicas. Outro mandado foi cumprido para a residência do presidente do Detran, Giancarlo Castrillon.
Ararath
De acordo com o Diário de Cuiabá, o nome "Ararath" foi escolhido pelos agentes por ser o nome de um monte na Turquia onde, supostamente, foi encontrada a Arca de Noé. Isso porque o esquema investigado apresenta semelhanças ao descoberto com a deflagração da operação Arca de Noé, que desarticulou as ações de João Arcanjo Ribeiro, tido como o chefe do crime organizado no MT na época.
O ex-bicheiro era responsável por comandar movimentações financeiras ilegais, por meio de factorings. O responsável por decretar a prisão de Arcanjo foi o próprio juiz federal Julier Sebastião da Silva.
A operação
Em 12/11, a PF deflagrou a Operação Ararath, com o objetivo de apurar a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. A investigação, que teve início em 2011, constatou operações clandestinas no Sistema Financeiro brasileiro, além da prática do crime de lavagem de dinheiro.
O grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no MT. Ele tinha como base operacional uma empresa de Várzea Grande/MT, que oficialmente encerrou suas atividades em 2012.
De acordo com informações da PF, os recursos eram movimentados nas contas das factorings e outras empresas do grupo. O principal crime apurado consiste no fato de que as empresas de factoring, de natureza estritamente mercantil e com a finalidade principal de assessoria e de compra de títulos de crédito, exercia outras atividades exclusivas de instituição financeira, não autorizadas pelo BC, como, por exemplo, concessão de empréstimos com exigência de garantia.