Depois de mais de cinco dias, terminou na madrugada deste sábado, 3, o julgamento dos 25 policiais militares acusados de participação na morte de 52 dos 111 presos da Casa de Detenção de SP, no Carandiru, zona norte da cidade, em outubro de 1992. Eles foram condenados a 624 anos de prisão em regime inicial fechado e à perda da função pública. A decisão permite aos réus aguardar julgamento de recurso em liberdade.
O júri teve início na segunda-feira, 29, com os depoimentos de quatro testemunhas de acusação: o perito criminal Osvaldo Negrini e três gravados em vídeo, sendo dois presos sobreviventes e um diretor da Detenção. No dia seguinte, foram ouvidas seis testemunhas de defesa, sendo duas presenciais, duas por vídeo e duas protegidas. A quarta-feira foi reservada para o interrogatório dos réus. Dos 23 réus presentes, 18 preferiram manter-se em silêncio. Foram interrogados quatro e um ficou para a quinta-feira.
O interrogatório deste último durou sete horas. Em seguida, defesa e acusação exibiram vídeos de 40 minutos cada um. A sexta-feira foi toda ocupada pelos debates, que duraram mais de 12 horas. À meia noite, o Conselho de Sentença se reuniu na sala secreta e às 4h20 da madrugada de sábado o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, do 2º Tribunal do Júri, leu a sentença em plenário.