Migalhas Quentes

Ações de vandalismo em protestos no RJ serão investigadas por comissão

Grupo será formado por membros do MP/RJ e das polícias Civil e Militar.

19/7/2013

Membros do MP/RJ e das polícias Civil e Militar integrarão uma comissão especial formada para investigar a atuação de grupos de vândalos durante as manifestações contra o governador Sérgio Cabral, ocorridas na capital do Estado. O anúncio foi feito na sede do MP, em encontro de membros do parquet com representantes do governo do Estado e da Secretaria de Segurança Pública.

O grupo terá o poder de avocar as investigações sobre os atos de vandalismo nas últimas manifestações. Nesta semana, um grupo aproveitou uma manifestação pacífica para cometer ações de vandalismo e saques em lojas e agências bancárias nos bairros do Leblon e de Ipanema.

O decreto criando a comissão deve ser preparado nesta sexta-feira, 19, segundo o secretário de Estado da Casa Civil, Regis Fichtner. De acordo com o procurador-Geral de Justiça, Marfan Vieira, os promotores acompanharão o trabalho investigatório, apontando as diligências que julgarem necessárias, para posterior ingresso de ações penais para responsabilizar os envolvidos em atos criminosos. "A atuação desses grupos de vândalos vem recrudescendo e se tornando cada vez mais virulenta", afirmou Marfan.

Treinamento

O comandante da PM do RJ, coronel Erir Ribeiro, declarou nesta quinta-feira que a instituição retirou do currículo da formação de policiais, há cinco anos, treinamento de controle de distúrbios civis, mantendo treinamento apenas do Batalhão de Choque. Ele afirmou ainda que a instituição vai voltar a usar armas não letais, como balas de borracha e gás lacrimogêneo, uma vez que acordo feito com a OAB e outras instituições, para que a polícia evitasse usar tais armas, não deu certo.

Excessos

O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, disse que o problema não é a questão do uso das armas não letais, mas sim que há a ausência da polícia para evitar os atos violentos, como saques e depredações.

Santa Cruz defendeu a ideia de uma polícia cidadã e o uso de protocolos técnicos para embasar as ações. Ele criticou também os atos "com traços de fascismo" de alguns manifestantes. "O que estamos vendo na internet, o que estamos vendo nas últimas 24h desconsidera por completo o processo democrático brasileiro", declarou ele, que lembrou que, desde o início das manifestações, a Ordem mantém cerca de 50 advogados acompanhando os protestos, "vigiando o excesso de ambos os lados".

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