Lyra estava em coma. Ele foi transferido no dia 5 de janeiro para SP após sete dias de internação no Hospital Português de Recife para tratar de uma infecção urinária, mas já sofria de insuficiência cardíaca há 20 anos.
O vice-governador de PE, João Lyra, seu irmão, declarou: "Na vida pública, ele foi deputado e ministro da Justiça. Um guerreiro justo e incansável". O governador Eduardo Campos decretou luto de três dias.
Natural de Recife, onde nasceu em 1938, Lyra formou-se em Direito em 1964. Elegeu-se deputado estadual pelo MDB em 1966 e deputado Federal em 1970. Reeleito sucessivamente, articulou a candidatura de Tancredo Neves à Presidência em 1985 e foi nomeado ministro da Justiça. Deixou o governo em 1986.
Em 1987 entrou no PDT e foi vice na chapa de Leonel Brizola à Presidência. Em 1990, obteve apenas uma suplência, mas voltou à Câmara em 1992. No ano seguinte, filiou-se ao PSB de Miguel Arraes, pelo qual foi reeleito.
Tentou aproximar Arraes do governo FHC. Em 1998, quando o PSB decidiu apoiar Lula à presidência, Lyra desistiu de concorrer à Câmara. Presidiu a Fundação Joaquim Nabuco de 2003 a 2011.
Em 2009 lançou o livro 'Daquilo que eu sei - Tancredo e a transição democrática’ onde revela, através das memórias pessoais do autor, o período histórico das 'Diretas Já' e da derrocada do ditadura militar, retratando seu trabalho como um dos articuladores da eleição de Tancredo Neves.
O velório do ex-ministro da Justiça será realizado na manhã de hoje, em Recife, no Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, a partir das 12h.