Marcelo Feijó Chalréo é o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ. O advogado, que era vice-presidente da mesma comissão na gestão de Wadih Damous, foi um dos incentivadores da criação da Comissão da Verdade no âmbito interno da entidade, para investigar o papel da Justiça Militar na ditadura.
Chalréo disse que, como presidente, pretende dar continuidade ao trabalho da sua antecessora, Margarida Pressburger, e equipe, apenas aprofundando alguns temas e aprimorando outros, de acordo com a direção da nova presidência da entidade, hoje a cargo do advogado Felipe Santa Cruz, filho do desaparecido político Fernando Santa Cruz.
Esta Comissão que colabora e trabalha em cooperação com a Comissão Nacional da Verdade já ouviu ex-presos políticos e os advogados que os defenderam na época e, sem a pretensão de construir um acervo para uso próprio ou de se sobrepor à CNV, pretende reunir relatos voltados ao papel de juízes e promotores da Justiça Militar nos julgamentos de presos políticos durante a ditadura.
As informações coletadas estão sendo repassadas à Brasília. "Nós estamos listando, no âmbito do Estado do Rio, os casos mais marcantes de abusos da Justiça Militar e organizando entrevistas para nos informar detalhadamente a respeito", explicou Marcelo Chalréo.
Outra linha de ação da Comissão da Verdade da OAB/RJ é a campanha pelo tombamento dos centros de tortura, que seriam transformados em centros da memória. As ações prioritárias são no DOI-Codi, que funcionava no quartel da Polícia do Exército da Rua Barão de Mesquita, Tijuca; na sede do antigo Dops, na rua da Relação, na Lapa; e na Casa da Morte, em Petrópolis.
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