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Pesquisa traça perfil do inadimplente

29% das pessoas declaram ter alguma restrição gerada por uma compra realizada com cartão de crédito.

21/11/2012

Pesquisa sobre o perfil do inadimplente, realizada pela Boa Vista Serviços S/A, em setembro de 2012, mostra que 29% das pessoas declaram ter alguma restrição gerada por uma compra realizada com cartão de crédito. Em seguida temos carnê (24%), cheque (17%), empréstimo pessoal (13%), cheque especial (8%) e cartão de loja (8%).

A pesquisa foi realizada com consumidores que procuram o balcão de atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito e observa as causas da inadimplência, as formas de pagamento utilizadas, a intenção de pagamento e o nível de endividamento.

Nas faixas de renda familiar de até 3 salários mínimos a porcentagem de consumidores que declaram o cartão de crédito como causador da restrição atinge 30% e 27% nas faixas acima de 10 salários mínimos, diferença reduzida se comparada ao trimestre anterior, as quais representavam 31% e 23% respectivamente.

Para 21% dos entrevistados uma das dívidas não pagas originou-se da aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. 16% citam a compra de produtos ou serviços relacionados à alimentação como os causadores das dívidas, 16% citam a compra de vestuário e calçados e para 11% a origem foi do não pagamento de contas de concessionárias de serviços públicos. Nas faixas de renda acima de 10 salários mínimos a aquisição de móveis, eletro e eletrônicos (17,8%) e a compra de vestuário e calçados (11,8%) lideram as citações, enquanto que para a faixa de renda de até 3 salários mínimos a aquisição de móveis, eletro e eletrônicos (20,2%) e a compra de produtos ou serviços relacionados a alimentação (18,0%) são as líderes.

O desemprego continua sendo a maior causa da inadimplência, segundo os entrevistados, representando 33% dos casos. O descontrole financeiro caiu bastante em relação à última pesquisa, de 30% para 23%. Em terceiro lugar temos o empréstimo do nome a terceiros. O desemprego é a causa mais preponderante nas faixas de renda familiar de até 10 salários mínimos. Para as faixas acima de 10 salários mínimos o descontrole financeiro aparece como a principal causa (30%).

Metade dos inadimplentes declara possuir uma conta em atraso que causou a restrição, 27% declaram possuir entre 2 ou 3 contas e 23% possuem 4 contas ou mais. A maioria (31%) das dívidas não pagas está abaixo de R$500,00, mas 18% possuem dívidas abertas acima de R$5.000,00. 18% entre R$500,01 e R$1.000,00 e 16% entre R$ 1.000,01 e R$ 2.000,00.

Condições de pagamento e endividamento

9% dos inadimplentes declaram que não terão condições de pagar suas contas em atraso. Dos outros 91% dos consumidores que possuem restrição e esperam ter condições de pagar a dívida, total ou parcialmente, 35% deles pretendem pagar à vista e 65% de maneira parcelada. Destes que esperam negociar as parcelas, 68% pretendem pagar dentro dos próximos 30 dias, 26% entre 30 e 90 dias, 4% entre 90 e 180 dias e 2% negociaram prazos superiores a 180 dias.

Quando perguntados sobre o nível de endividamento e o comprometimento da renda das famílias com o pagamento das dívidas, 22% dos consumidores inadimplentes se declaram muito endividados, 32% acreditam estar mais ou menos endividados e 35% se declaram pouco endividados. Em junho de 2012 eram mais consumidores muito endividados (25%).

Quanto à parcela da renda comprometida com dívidas (somando todas as suas dívidas, com restrição ou não) 24% declaram que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse número era de 27% em junho de 2012. 39% declaram que até ¼ da renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 37% declaram ter entre ¼ e metade da renda familiar comprometida.

Situação atual e expectativas

Diminuiu o percentual de inadimplentes que declaram que as dívidas de hoje aumentaram quando comparadas com as do ano anterior. 31% dos entrevistados declaram que as dívidas aumentaram, esse percentual era de 38% em junho de 2012. Para 40% diminuíram as dívidas (contra 34% em junho).

Aumentou a proporção de inadimplentes que julga que a sua situação financeira é melhor hoje do que no ano anterior, em junho de 2012 eram 37% e em setembro esse número aumentou para 56%. A proporção dos que acreditam que a situação está pior caiu de 21% para 18%.

Também aumentou a porcentagem dos inadimplentes que acredita que a situação financeira estará melhor no próximo ano (90%), contra 73% em junho de 2012, refletindo aumento no otimismo do consumidor.

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