Márcio Thomaz Bastos defende reforma política e debate contra crise em conferência
“É fundamental que os advogados criem as condições para o debate dos ajustes que precisam ser feitos e, principalmente, que seja um debate com farol alto, olhando para o futuro, a fim de que possamos construir um Brasil de instituições fortes, livres e democráticas, ou seja, construir um Estado de Direito Democrático”.
Thomaz Bastos considerou a crise que atinge o país séria, importante e acrescentou que ela tem que ser “resolvida, metabolizada e digerida” por instituições sólidas, como a OAB e o Ministério Público. E disse que é exatamente para contribuir no combate dessa crise política que essas instituições têm que ser fortes, acreditadas e respeitadas pela população.
O ministro defendeu a aprovação de duas reformas, uma infra-constitucinal – que dê prosseguimento à reforma do Judiciário, já aprovada – e uma política, para ajudar a reduzir denúncias de corrupção como as atuais, sob exame sucessivo pelas CPIs, Polícia Federal, pela imprensa e Ministério Público. “Mas a reforma política por si só e por melhor que seja não resolverá a corrupção. O que resolverá a corrupção, se é que a questão da corrupção se resolve definitivamente, é a criação de novas culturas e novas instituições”.
Thomaz Bastos, que também é membro honorário vitalício da OAB (tendo presidido o Conselho Federal da OAB de 1987 a 1989), participou da primeira Conferência realizada na história da entidade, em 1958 no Rio de Janeiro. O ministro destacou a importância da entidade máxima da advocacia, parabenizou a escolha do jurista Fábio Konder Comparato para receber a medalha Ruy Barbosa e elogiou a atuação da OAB durante os doze anos de luta pela aprovação da Reforma do Judiciário (Emenda Constitucional nº 45).
A XIX Conferência Nacional dos Advogados tem como tema principal “República, Poder e Cidadania” e acontece até a próxima quinta-feira (29) no Centro de Convenções Centro Sul, em Florianópolis.
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