Até amanhã será conhecido o resultado do HC impetrado em favor da chimpanzé "Suíça", na 9ª Vara Crime de Salvador, pelos promotores públicos do Meio Ambiente Heron José de Santana e Luciano Rocha Santana e mais 19 pessoas, dentre as quais professores e estudantes de Direito, que desejam a transferência do animal para o santuário dos Grandes Primatas, em Sorocaba/SP.
Os responsáveis pelo pedido alegam que a chimpanzé está enjaulada sozinha desde que o seu companheiro "Geron" morreu, vítima de câncer, e que isto é uma forma de mau-trato. Argumentam que, no santuário, "Suíça" viveria com outros animais da sua espécie e com mais liberdade.
Garantem também que a ciência já comprovou que os chimpanzés, orangotangos e gorilas têm semelhança genética com os seres humanos e que, por esse motivo, não devem ser mantidos em jaulas.
O juiz Edmundo Lúcio da Cruz, substituto da 9ª Vara Crime, afirmou que, durante seus 23 anos como magistrado, foi a primeira vez que recebeu um pedido de habeas corpus para um animal, daí ter preferido apurar melhor o caso. "A matéria necessita de um estudo mais minucioso", afirma, acrescentando que solicitou ao Zoológico de Salvador informações sobre o estado da chimpanzé e se o Zôo tem condições de mantê-la.
Esclareceu ainda que o Zoológico ganhou um prazo de 72horas para fornecer os dados à 9ª Vara Crime, assegurando que vai pesquisar sobre as condições do santuário Grandes Primatas, para onde querem transferir a macaca. "Soube que o local não é ideal e, para não dar uma decisão que acabe prejudicando o animal, prefiro conhecer mais sobre o santuário", analisa. O santuário já disponibilizou transporte para a chimpanzé, caso o habeas corpus seja deferido.