Presidente da OAB/SP espera ampla participação popular na manifestação contra a corrupção
Ato público será hoje (6/9), no centro de São Paulo, com concentração na Praça da Sé
Nem palanques, nem discursos: apenas uma marcha silenciosa ao som do Hino da Independência. Este será o formato da manifestação pública contra a corrupção, que promete parar o Centro de São Paulo, hoje (6/9), véspera do feriado. Essa decisão foi anunciada ontem (5/9), às 10h30, na sede da OAB/SP, por entidades da sociedade civil que estiveram na reunião preparatória. O evento terá concentração na Praça da Sé e dispersão na Praça Ramos, em frente ao Teatro Municipal, onde será lido um Manifesto Público. A caminhada passará pelas ruas Boa Vista, Líbero Badaró e Viaduto do Chá. Na Rua Boa Vista haverá uma parada diante do ‘impostômetro’, placar eletrônico que mostra o volume de arrecadação de impostos no Brasil. Ao final, será executado o Hino Nacional e lido um MANIFESTO, cuja redação final ficou a cargo do presidente da Associação Paulista de Magistrados, Celso Limongi.
“A mobilização da sociedade, a pressão é por uma apuração profunda, transparente e rápida, para que a nação brasileira tenha uma resposta diante de tantas denúncias que têm como alvo altos dirigentes da República ”, diz o presidente da OAB/SP - Luiz Flávio Borges D’Urso. Segundo ele, apuração e punição é o que a sociedade espera. “Que não haja nenhum desvio de conduta neste foco que é o resultado da apuração das denúncias. É para punir quem tiver que ser punido. Preservar que deve ser preservado, mas é preciso dar uma resposta à nação com base na verdade. Essa é a proposta desta mobilização. Queremos a verdade. Toda a sociedade se articula para ir às ruas em silêncio O mote é chega de blá-blá-blá. Não estamos no momento de reiterar discursos. Estamos no momento da atitude: ir às ruas em silêncio para demonstrar a indignação da sociedade brasileira”, analisa.
Na avaliação do presidente da OAB/SP , esta será uma das mais representativas manifestações públicas do Estado, com grande participação popular. “Queremos mostrar que não se trata apenas de mais uma passeata e sim um momento onde a sociedade possa ter um marco. Dentro deste espírito de criar um evento diferente é que se optou por fazer uma mobilização em silêncio. Os discursos são comuns em todas as manifestações. O incomum é marchar em silêncio, só na atitude. É o que vamos fazer a amanhã para pressionar por mudanças na conduta da política como forma de tirar o país desta crise”, diz D’Urso.
Para o presidente D’Urso, a democracia não deve comportar esse tipo de crise, mas sempre corre o risco. “A democracia por sua possibilidade plural traz alguns riscos, mas são riscos calculados. O Estado dispõe de mecanismos suficientes para reagir, para punir. Vemos isso com muita tranqüilidade porque as instituições não foram abaladas e estão em pleno funcionamento, a crise é política, gravíssima sem dúvida nenhuma, e estamos defendendo as instituições e fortalecendo essas instituições, que são as colunas de sustentação da democracia que é uma opção da nação; para que não haja risco para a própria democracia. Portanto nossa atitude é de indignação e queremos dentro do estado democrático de direito, apurar e punir para poder virar essa página da história do país. Estamos aguardando muita gente. É uma resposta da nação, que serve também para proteger as instituições democráticas, que fortalecidas dão garantias de apuração e punição dos responsáveis pelo quadro o hoje presenciamos”, diz D’Urso.
_________________
________________