O juiz Federal Paulo Augusto Moreira Lima, que comandava a Operação Monte Carlo, pediu para se afastar do caso. Segundo o Estadão, que teve acesso ao ofício encaminhado pelo juiz ao corregedor Geral do TRF da 1ª região, o magistrado tem sido alvo de ameaças de morte e afirma não ter mais condições de permanecer no caso por estar em "situação de extrema exposição junto à criminalidade do estado de Goiás".
No documento, o magistrado afirmou que sua família, em sua própria residência, foi procurada por policiais que gostariam de conversar a respeito do processo atinente a Operação Monte Carlo, "em nítida ameaça velada, visto que mostraram que sabem quem são meus familiares e onde moram.
À frente da Operação Monte Carlo, 79 réus foram denunciados, sendo 35 policiais federais, civis e militares. E por ter determinado o afastamento dos policiais de suas funções, o magistrado afirma que não pôde ser removido para varas no interior do Estado "por não haver condições adequadas de segurança".
Em setembro, Lima diz que tirará os três meses de férias que teria acumulado e sairá do país por "questões de segurança".
SuspeiçãoO juiz Federal Leão Aparecido Alves, da 11ª vara em Goiás, deve herdar o comando do processo. Mas, de acordo com o Estadão, suas relações pessoais podem colocá-lo sob suspeita. Alves admitiu, recentemente, ser amigo há 19 anos de José Olímpio de Queiroga Neto - um dos investigados na operação.
Outro processo
No HC impetrado pela defesa de Cachoeira no STJ, a ministra Laurita Vaz, em estranho despacho, também declarou-se suspeita. Na ocasião, a ministra justificou o impedimento por ser goiana e ter tido contato social e profissional com autoridades públicas que supostamente estão envolvidas. O processo foi redistribuído ao ministro Gilson Dipp, da 5ª turma.