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CP: é crime fraudar concurso público

Lei altera o CP e torna crime fraudar concurso público, com penas que podem chegar a oito anos de reclusão e multa para os infratores.

7/4/2012

Desde o dia 16/12 do ano passado, está em vigor a 12.550/11, que altera o CP e torna crime fraudar concurso público, com penas que podem chegar a oito anos de reclusão e multa para os infratores.

Até então, não havia na legislação do país uma definição para esse tipo de crime, o que tornava mais fácil aos fraudadores escapar da Justiça, pois as autoridades tinham dificuldade para enquadrá-los em algum artigo do CP e indiciá-los em inquéritos policiais.

Agora, a situação é outra. A lei 12.550/11 acrescentou o capitulo 5º ao título 10º do CP, que trata de crimes contra a fé pública. Trata-se do artigo 311-A, que considera criminosa a conduta daquele que utiliza ou divulga, indevidamente, conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exame públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior ou exame ou processo seletivo previstos em lei.

A essa figura equipara-se a conduta de quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas àquelas informações. A pena para tal delito é de um a quatro anos e multa, mas será aumentada para dois a seis anos e multa, se da ação ou omissão resultar dano à administração pública; e em mais um terço se a fraude for cometida por funcionário público.

Outro artigo do CP foi alterado pela lei 12.550/11, como resultado da introdução do crime tipificado no artigo 311-A. Foi criada mais uma espécie de pena restritiva de direitos, com a inclusão, no artigo 47 do código, da proibição para o fraudador de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. A pena não é aplicada cumulativamente e, sim, serve para abrandar a punição em condenações até quatro anos, quando o condenado poderá ter sua pena privativa de liberdade substituída pela de restrição de direitos (proibição de inscrever-se em concurso público), desde que observados os outros requisitos exigidos no Artigo 44 do código.

Para fazer a mudança no CP, o governo não enviou ao Congresso uma lei específica, apenas se utilizou de norma que trata de um assunto completamente diferente: a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, na qual foram incluídos os artigos 18 e 19 que alteram o decreto-lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940, quando o CP ainda não tinha entrado em vigor no país. O artigo 18 altera o artigo 47 do código e trata da restrição temporária de direitos, com o acréscimo do inciso 5º, que institui a proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.

Já o artigo 19 da lei 12.550/11 serve para introduzir no título 10º da Parte Especial do CP o capítulo 5º, que contém o artigo 311, sobre fraudes em certames de interesse público. Por ele, considera-se crime utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de concurso público; avaliação ou exame públicos; processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou exame ou processo seletivo previstos em lei. A pena é reclusão, de um a quatro anos, além de multa.

Incorre na mesma pena quem permite ou facilita o acesso de pessoas não autorizadas a tais informações. Se houver dano para a administração pública, a pena passa a ser de dois a seis anos e multa. Caso o autor seja funcionário público, aumenta-se a pena em um terço e a punição pode chegar a oito anos de reclusão.

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