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STJ aprova proposta de PEC que cria repercussão geral para a Corte

Proposta insere a relevância da questão Federal a ser decidida como requisito para admissão do Resp.

6/3/2012

REsp

STJ aprova proposta de PEC que cria repercussão geral para a Corte

O pleno do STJ aprovou a PEC que insere a relevância da questão Federal a ser decidida como requisito para admissão do REsp. O mecanismo é semelhante ao da repercussão geral, que contribuiu para que o STF tivesse uma queda de 76% no número de processos desde 2007.

De acordo com o ministro Ari Pargendler, presidente do STJ, a PEC já tem o apoio de Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. Aprovada no pleno, ela será agora remetida ao governo, e caberá à presidente Dilma Rousseff encaminhá-la ao Congresso.

A proposta é uma resposta à crescente demanda que chega à Corte e que pulveriza o tempo dos magistrados para o julgamento não só de temas relevantes, mas de questões como multas de trânsito, cortes de fornecimento de energia, briga entre condôminos, cobrança de contas d’água, enfim, controvérsias corriqueiras da vida diária.

Para o ministro Pargendler, a exemplo do que ocorreu com o RExt (do STF), é importante introduzir alguns requisitos de filtragem também nos recursos especiais, endereçados ao STJ. A ideia, segundo o presidente do Tribunal, é "retirar-lhes a característica de mero instrumento de revisão de causa em terceira instância, realçando, com isso, a função constitucional do STJ" – uniformizar a interpretação das leis Federais.

A PEC aprovada pelo pleno altera o artigo 105 da CF/88, que em seu parágrafo primeiro estabelecerá que o recorrente deverá demonstrar a relevância das questões de direito Federal infraconstitucional discutidas no caso. O procedimento se dará por lei própria, a ser discutida e aprovada no Congresso. O Tribunal irá examinar a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços dos membros do órgão competente para o julgamento.

A comissão que elaborou a proposta, presidida pelo ministro Teori Albino Zavascki, foi instituída em dezembro de 2011, encarregada de apresentar propostas de alterações legislativas para enfrentar o elevado número de processos a cargo do STJ. O problema foi posto em discussão depois que o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, sugeriu dobrar o número de ministros do STJ, em razão do crescente número de HC impetrados na Corte e a necessidade de julgamento dentro de um prazo razoável.

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