Drogas
OAB/SP apresenta balanço de operação na Cracolândia
A mesa redonda sobre a Cracolândia, promovida pela OAB/SP na última quinta-feira, 26, apresentou um balanço de 165 pessoas presas em flagrante de tráfico e 47 foragidos da Justiça capturados, além da localização de pessoas que eram consideradas desaparecidas por suas famílias.
De acordo com Eloisa de Sousa Arruda, secretária de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, foram feitos 939 encaminhamentos a serviços de saúde – considerando encaminhamentos repetidos de uma mesma pessoa –, 126 internações e 8.681 abordagens sociais de saúde. Com a intervenção, também foram retiradas 2.250 toneladas de lixo do local.
Segundo Pedro Borges, coronel da PM comandante da área central de SP, circulavam pela região uma média de 400 a 500 pessoas, número estimado por meio de filmagens e fotos aéreas durante o planejamento da ação.
Wagner Judice, diretor do Denarc - Departamento de Investigação sobre Narcóticos, disse que foram feitas, no ano passado, 200 prisões na Cracolândia somadas à apreensão de 4.600 kg de droga com o princípio ativo cloridrato de cocaína, que pode ser transformada em crack.
Afonso Presti, promotor de Justiça, divulgou que os dados de apreensão no ano passado e neste ano (até outubro) na região central da cidade ficam no patamar de 5%, deixando claro que o tráfico vai além da Cracolândia.
Polêmica
Eloisa Arruda negou que a operação na Cracolândia tenha sido realizada de forma desarticulada e apressada. Presti também afirmou que a ação foi a "possível", e que abusos, dificuldades e excessos pontuais ocorrem em qualquer operação dessa magnitude.
Borges disse que ele próprio determinou o uso de armas não letais na ação policial e que não havia forma de realizar a abordagem sem usar a força. O coronel disse, ainda, que a operação tinha o objetivo final de resgatar pessoas e oferecer-lhes tratamento médico e social, e que a PM pretendia: quebrar a estrutura logística do tráfico, garantir a realização do serviço dos outros órgãos públicos e manter o ambiente de paz e segurança, este considerado o mais difícil pelo policial.
Ações
Antonio Carlos Malheiros, desembargador do TJ/SP, comunicou que o Tribunal deve ter no futuro próximo um trailer, no qual juízes, promotores e advogados possam trabalhar não só com crianças e jovens em drogadição, mas abranger outros problemas dessa faixa etária. Também haverá iniciativas do judiciário visando aproximar os jovens dependentes de suas famílias e do tratamento.
Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da OAB/SP, conclamou a população a assinar o abaixo-assinado e participar do manifesto "Brasileiros Indignados com o Avanço do Crack e das Drogas", lançado pela Ordem em novembro de 2011.
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