Despedida
TJ/RJ - Des. Paulo Leite Ventura se despede do Órgão Especial
O Órgão Especial do TJ/RJ começou de forma diferente ontem, dia 11/1. O presidente do TJ, desembargador Luiz Zveiter, comunicou aos demais membros que era a última sessão do desembargador Paulo Roberto Leite Ventura, também 2º vice-presidente, em virtude de sua aposentadoria, a contar do dia 25/1.
Presidente do TJ/RJ Luiz Zveiter despede-se do Des. Paulo Leite Ventura
Emocionado, passou a palavra ao desembargador Marcus Faver que iniciou o discurso dizendo que não estava falando do desembargador Paulo Ventura, mas sim do seu amigo Paulinho Ventura, companheiro de anos de férias e bailes de carnaval. O magistrado relembrou também o goleiro bastante razoável que se projetava numa habilidade incomum.
E completou: "Tenho pela família Ventura, afeições e emoções profundas. Paulo deixará um rastro luminoso, invejável na sua passagem como presidente do antigo Tribunal de Alçada Criminal, juiz de Tribunal de Júri, diretor-geral da Emerj e neste plenário. Professor, escritor, grande magistrado e administrador. Abraços do Tribunal, de seus amigos e de toda a comunidade jurídica de Cantagalo".
Em seguida, o desembargador Roberto Wider afirmou não ver como uma despedida a saída de Paulo Ventura. "Vejo como um abraço, carinho e respeito. Desejo o melhor e bons momentos. Você merece", afirmou.
Outro a falar foi o desembargador Alberto Motta Moraes, colega de concurso de 1972, que enfatizou ser Paulo Ventura "um magistrado de grande senso de humor". Ele destacou ainda o casal harmonioso Paulo e Cida, conhecido por todos. E finalizou com um reconhecimento eterno ao advogado de Niterói e sacerdote da Justiça, que o acolheu em horas difíceis de sua vida, como na morte de sua mãe.
O procurador de Justiça Antonio José também se mostrou surpreso com a aposentadoria de Paulo Ventura. E disse ser um grande privilégio ter trabalhado com ele no Órgão Especial. "Homem culto que deixará marcas neste Tribunal", comentou.
Fechando as homenagens, o presidente Luiz Zveiter lembrou a desistência e posterior disputa de Paulo Ventura para a presidência do atual biênio do TJ/RJ, com quem também aprendeu muito e de quem herdou a responsabilidade de realizar os sonhos que esta casa precisa. "Homem digno e de grande envergadura que sempre praticou a Justiça e nunca abandonou as suas convicções. A sua aposentadoria é uma passagem para momentos melhores. Deixará neste tribunal o seu coração e o nosso irá com ele. Seja feliz", afirmou.
Dom Quixote
"Sonhador e realizador de sonhos. 37 anos atuando no Poder Judiciário, sendo 17 como magistrado e os demais como funcionário. Sempre sonhei com uma justiça rápida e social para todos. E, como sonhador, lembrei-me de Dom Quixote e seu Sancho Pança. E foi o que sempre fiz. Mas, acontece que o caminho chegou ao fim. E depois de 43 anos volto para a minha Dulcinéa, que sempre me apoiou nas horas difíceis, principalmente, nestes dois últimos anos. Deixo o tribunal concluindo todos os meus processos. E disto me orgulho, me envaideço", disse.
E finalizou dizendo que jamais se esquecerá do carinho com que o presidente Zveiter teve com ele nestes últimos tempos e nem da conduta administrativa fantástica que ele tem tido a frente do Tribunal.
Após as homenagens, o desembargador Paulo Ventura recebeu a Medalha de Honra da Magistratura Fluminense, dada aos magistrados que se aposentam no Poder Judiciário, por implemento da idade, em reconhecimento aos seus trabalhos prestados à Justiça. O magistrado ingressou na magistratura estadual em 1972 e em novembro de 1996 tomou posse como desembargador do TJ/RJ.
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