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Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Quem nunca ouviu, ou, melhor, leu essas palavrinhas nesta época do ano? Engraçado que dificilmente dizemos isso para alguém, mas os cartões de Natal parecem ser padronizados e lá estão elas: feliz Natal e próspero Ano Novo.

16/12/2009


Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Luciana Gualda*

Quem nunca ouviu, ou, melhor, leu essas palavrinhas nesta época do ano? Engraçado que dificilmente dizemos isso para alguém, mas os cartões de Natal parecem ser padronizados e lá estão elas: feliz Natal e próspero Ano Novo.

Bem, as intenções são as melhores neste período. Todos sorridentes, empenhados em comprar os melhores presentes e, se possível, nas melhores ofertas. Muitos fazem listas de pessoas e coisas. Todos se estressam e dizem algo sobre a correria do fim de ano.

O trânsito em geral fica um horror. Parece que todos os caminhões resolvem cruzar as cidades ao mesmo tempo (e o tempo todo). Devem ser as compras de internet, porque, embora tenhamos a impressão de que o presente venha teletransportado, na verdade ele sai de um centro de distribuição geralmente no fim do mundo, e vem até perto de nossa casa num caminhão bem grande. Daí, se pequeno, é possível que vá parar na caçamba de uma motocicleta, que por sua vez é conduzida por um motoqueiro bem nervoso. Acho que isso é a correria do fim do ano.

Talvez não só isso. Tem também os amigos secretos e as frutas para a ceia. São tantos amigos secretos que chego à conclusão que eu não tenho tantos segredos durante o ano todo quanto os tenho em dezembro. E os valores também são importantes. É muito feio dar um presente de R$ 20,00 quando o estabelecido é R$ 50,00. Não importa se você achou uma prenda útil e linda, mas se é barata demais, não serve. Dê uma bobagem qualquer no valor estabelecido, é mais prudente, na medida em que ninguém vai falar mal de você. Por isso, pelo menos.

Vamos às frutas. O peru e o tender não causam muita celeuma, parece que é sempre a mãe que os prepara. Não importa se há várias mães no mesmo grupo, tem sempre uma que é mais mãe que as outras; então essa tem o privilégio, nunca o fardo, de preparar a maior parte da comilança. Mas as frutas dão confusão.

Todo mundo quer levar as cerejas, mas ninguém quer a melancia em sua lista. Penso que a melancia não caiba em nenhuma geladeira de isopor, não pára quieta no carro, não tem lugar prá ela na geladeira do cativeiro (cativeiro é a forma carinhosa de falar da casa onde é a festa, porque, depois que se entra não se pode sair antes da protocolar sobremesa, ou vai ter um parente dizendo que você é antipático e metido). Mas as cerejas são tão meigas, tão delicadas! Servem até de enfeite para as mesas. Só que no calor de dezembro, no fim todo mundo quer um bom e gelado pedaço de suculenta melancia. Na minha família, costumam deixar a melancia na piscina, refrescando-se. No fundo, é o lugar onde todos queriam ficar. Acho que o problema da melancia é esse: sofre de inveja.

Quanto aos parentes, desses nem vou falar. Cada família tem sua história de cunhados, genros e noras. Nunca filhos, os filhos são sempre os explorados por aqueles. Mas os futricos do dia seguinte são engraçadíssimos. Quem nunca ligou depois para o parente mais afim só para dar alguma risada à custa de outro?

E isso não é desamor não! Isso é a vida. A vida de todo mundo, algumas com mais, outras com menos tempero. Mas é isso que celebramos e isso que torna a data um "Feliz Natal". Sem entrar na esfera religiosa, Natal é para todos, independentemente do credo, uma festa. E se isso perdura por todo o ano novo que logo chega; então ele é "próspero".

Pronto, agora que entendi o que vem nos cartões, desejo o mesmo a todos. Que todos corram muito para dar conta de tudo, para, ao final, desfrutar (sem trocadilho) da proximidade das famílias, amigos e, nesse clima, celebrar que estamos vivos e prontos para o ano vindouro. Saúde!

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*Diretora Jurídica da MSD Brasil e Membro do grupo Jurídico de Saias


 

 

 

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