A falta de segurança é uma preocupação crescente em muitas cidades ao redor do mundo. Segundo um levantamento do Atlas/CNN, a criminalidade foi considerada como o maior problema da cidade de São Paulo. Além disso, no Brasil, a taxa de criminalidade é alarmante, com 461,5 ocorrências registradas para cada 100 mil habitantes, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança de 2024, índice do FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A insegurança nas grandes cidades é um problema complexo, muitas vezes ligado a fatores como desigualdade social, falta de recursos e planejamento urbano inadequado. Isso impacta diretamente a qualidade de vida, afetando a saúde mental e física dos cidadãos e limitando a interação social e econômica. Por exemplo, o intervalo das 18:00 às 23:59 foi o período com a maior incidência de roubos e furtos na cidade de São Paulo no primeiro semestre do ano, conforme dados do Radar da Criminalidade do Estadão. Isso tem levado muitas pessoas a evitarem sair e socializar durante esse período, afetando a sociabilidade e economia.
Diante disso, surgem as soluções das smart cities, que utilizam tecnologias avançadas para melhorar a segurança e a eficiência urbana. Cidades inteligentes podem contar com câmeras de segurança equipadas com inteligência artificial para detectar comportamentos suspeitos e alertar as autoridades em tempo real. Além disso, sistemas de iluminação inteligente contam com detector de presença, podendo evitar crimes.
Outro ponto que é importante destacar é a revitalização de áreas urbanas, que pode ter um impacto grande na segurança. A revitalização do centro de Lisboa é um exemplo positivo, onde áreas degradadas foram transformadas em espaços seguros por meio de melhorias urbanas e um aumento no policiamento preventivo. Medidas semelhantes têm sido estudadas e implementadas em áreas degradadas de cidades brasileiras, como o centro de São Paulo.
São Paulo também inaugurou, em julho de 2024, o Smart Sampa, programa de câmeras com reconhecimento facial. O sistema tem integração com banco de foragidos do CNJ e também ajuda a encontrar pessoas desaparecidas. De acordo com o prefeito de São Paulo, a ideia é chegar a 20 mil câmeras de monitoramento em toda a cidade até o final do ano. Nesse sentido, São Paulo tem se empenhado em usar a inteligência tecnológica a favor da segurança das pessoas.
Outro exemplo disso são as câmeras de movimento que são capazes de detectar reações que sejam semelhantes a agressões ou algum tipo de violência. Caso algo nesse sentido seja detectado, as câmeras conseguem acionar os agentes mais próximos para que possam fazer uma averiguação no local de maneira apropriada.
No entanto, é fundamental que a implementação dessas tecnologias seja acompanhada por políticas que protejam a privacidade e os direitos dos cidadãos. No Brasil, há desafios jurídicos, como a falta de regulamentação sobre o uso de câmeras com reconhecimento facial, que pode levar a abusos. A tecnologia deve ser empregada com responsabilidade para evitar que se torne um mecanismo de discriminação ou controle social.