No âmbito empresarial, a devida diligência na cadeia de abastecimento tem recebido cada vez mais destaque, especialmente diante dos desafios ambientais e sociais que permeiam a busca pela sustentabilidade. A implementação de práticas de devida diligência nesse contexto desempenha um papel fundamental na promoção da sustentabilidade empresarial.
Por meio dessa abordagem, as empresas conseguem identificar e gerenciar os riscos e impactos ambientais, sociais e de governança que permeiam suas cadeias de valor. Essa atuação proativa não apenas contribui para a construção de uma vantagem competitiva baseada na sustentabilidade, mas também fortalece a reputação da empresa e suas relações com as partes interessadas.
Nesse sentido, é essencial adotar medidas como a avaliação minuciosa dos fornecedores, assegurando que eles estejam em conformidade com as normas ambientais e sociais e proporcionem condições de trabalho justas. Desse modo, é possível estabelecer um ambiente de produção responsável em toda a cadeia, fomentando a sustentabilidade e mitigando riscos, como violações dos direitos humanos e danos ambientais.
A evolução do cenário atual é evidente, uma vez que os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes. Nesse contexto, as empresas que demonstram um compromisso sólido com a sustentabilidade têm maiores chances de atrair e reter clientes. Do mesmo modo, investidores e instituições financeiras têm considerado cada vez mais critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) em suas decisões de investimento, o que pode resultar em melhores condições de capital para as empresas sustentáveis.
No contexto brasileiro, a agenda ESG tem ganhado destaque, despertando o interesse de empresas de todos os portes em integrar esses critérios em suas estratégias corporativas. No entanto, a implementação efetiva de práticas ESG enfrenta diversos desafios. Entre eles, destaca-se a escassez de recursos humanos especializados no tema, a falta de compreensão abrangente dos critérios e dos procedimentos para sua implementação, a ausência de termos padronizados, a escassez de fornecedores e parceiros que estejam em conformidade com os critérios estabelecidos, além dos custos elevados envolvidos nesse processo.
Ademais, é importante ressaltar que a incorporação adequada do ESG à estratégia empresarial requer sua integração ao core business da organização, evitando práticas isoladas e desconectadas. A defesa do meio ambiente é princípio que foi introduzido pela reforma tributária (Emenda Constitucional 132/23, no § 3º do art. 145 da CF/88), que orientará a incidência maior ou menor do imposto seletivo, entre outros, e por isso deve ser foco de análise para estruturar o ambiente de negócios que privilegie a proteção da vida para as presentes e futuras gerações.
Diante dos desafios mencionados, é essencial que as empresas invistam em recursos e capacitação para superá-los, contribuindo para um futuro empresarial mais sustentável, em conformidade com as crescentes demandas da sociedade por práticas responsáveis e conscientes.