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Planejamento patrimonial em tempos de reforma tributária: Como proteger seu legado

Diante das profundas mudanças trazidas pela Reforma Tributária de 2023, a necessidade de um planejamento patrimonial e sucessório robusto e proativo nunca foi tão urgente.

11/6/2024

1. Introdução à importância do planejamento patrimonial e sucessório

O planejamento patrimonial e sucessório, mais do que uma ferramenta jurídica para a gestão de bens e direitos, é essencial para a organização eficiente da transferência de patrimônio, seja em vida ou post mortem. Sua importância vai além da conservação de ativos, englobando a manutenção da harmonia entre membros da família e a otimização fiscal dos herdeiros.

Com as mudanças impostas pela reforma tributária/23, o planejamento patrimonial e sucessório ganhou uma urgência renovada. As novas regras fiscais demandam uma antecipação nos arranjos patrimoniais para proteger os ativos e assegurar que sua transferência reflita a vontade do proprietário com a mínima fricção legal e tributária possível.

Assim, diante deste novo contexto tributário, o planejamento patrimonial e sucessório emerge como uma estratégia fundamental para aqueles que desejam proteger o seu legado e garantir uma transição mais econômica dele.

2. Desafios e soluções diante da reforma tributária

A reforma tributária/23 transformou significativamente o cenário fiscal no Brasil, impactando diretamente os planejamentos patrimoniais e sucessórios. Entre as mudanças mais significativas está a obrigatoriedade de utilização da alíquota progressiva, que obriga aos Estados adotarem faixas de cobrança a depender do patrimônio. Na prática, todos os Estados, em determinada faixa, terão que tributar os herdeiros na alíquota máxima.

Outro impacto negativo, que afeta diretamente a transmissão de bens e heranças, é o provável aumento do ITCMD. Atualmente a alíquota máxima está em 8%, mas tramita um projeto de resolução do Senado permitindo o aumento para 16%, o Confaz - Conselho Nacional de Política Fazendária quer que a alíquota fique em 20% e, agravando, o Governo sugeriu o aumento para 30%.

Além disso, a base de cálculo do imposto foi ampliada, o que implica uma incidência maior sobre diferentes tipos de patrimônios, incluindo aqueles anteriormente isentos ou com alíquotas reduzidas.

Este novo cenário fiscal impõe desafios que requerem estratégias bem definidas para garantir a proteção e a eficiência na transferência de patrimônios.

3. Estratégias de planejamento patrimonial

Com a reforma tributária alterando significativamente o cenário fiscal, principalmente com o aumento do ITCMD, os indivíduos e famílias precisam adaptar suas estratégias de planejamento patrimonial e sucessório para minimizar impactos fiscais e garantir uma transferência eficiente de seus legados. As estratégias a seguir são essenciais para enfrentar esses novos desafios:

A implementação de tais estratégias requer uma abordagem cuidadosa e personalizada, considerando as características únicas de cada patrimônio e as necessidades específicas de cada família.

Conclusão

Diante das profundas mudanças trazidas pela Reforma Tributária de 2023, a necessidade de um planejamento patrimonial e sucessório robusto e proativo nunca foi tão crítica. A implementação das novas alíquotas progressivas do ITCMD e a expansão da base de cálculo desse imposto demandam que famílias e empresários repensem e adaptem suas estratégias para proteger seus patrimônios e garantir uma transição de legado eficiente e econômica.

As estratégias como a utilização de holdings familiares, doações com reserva de usufruto, elaboração cuidadosa de testamentos, o uso inteligente de seguros de vida e a integração entre planejamento tributário e jurídico são mais do que medidas de proteção; são a base para uma transição suave que honra a intenção do patrimonialista enquanto minimiza o impacto fiscal para os beneficiários.

Portanto, nesse contexto de reformulação tributária, torna-se imperativo para os detentores de patrimônio atuar decisivamente e com conhecimento, assegurando que todas as medidas estejam alinhadas com os objetivos familiares e empresariais.

Em resumo, investir em um planejamento patrimonial e sucessório bem estruturado é investir na segurança futura da família e na preservação de seu legado, garantindo o pagamento de menos tributos.

Amadeu Mendonça
Advogado de negócios imobiliários, com ênfase em estruturação de empreendimentos imobiliários e blindagem patrimonial. Sócio fundador do Tizei Mendonça Advogados. Pós-graduado em Direito pela UFPE.

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