Migalhas de Peso

Divórcio para mulheres

Ana Hickmann não solicitou medidas protetivas de urgência após uma agressão por vários motivos possíveis, como medo de afetar seu filho, dúvidas sobre a eficácia da medida, receio de afastamento e preocupações profissionais. A violência física muitas vezes vem após outras formas de abuso, e questões sociais e emocionais podem influenciar na busca por proteção.

23/11/2023

Acompanhei o caso da apresentadora Ana Hickman e do seu marido Alexandre neste final de semana e me chamou muita atenção o fato dela não ter pedido, em seu favor, as medidas protetivas de urgência que ela faz jus por conta da lei Maria da Penha.

É uma faculdade da mulher pedir ou não a medida protetiva de urgência.

No caso dela o que a levou a NÃO solicitar:

  1. Medo da medida ser abrangida também para o filho que presenciou a agressão?
  2. Não certeza de que colocará fim a este ciclo vicioso de violência que, pelo que pude perceber, lendo as redes sociais, já existia há muito tempo;
  3. Medo de se afastar do filho?
  4. Medo de perder contratos de trabalho (afinal ele é o empresário dela)?

Muitas coisas permeiam uma violência. Não só o antes, mas também o que vem depois. O dia seguinte é muito difícil. Encarar a sociedade, seus funcionários que presenciaram a agressão, seus fãs. E, é sempre bom lembrar que, a violência FISICA é, em 90% dos casos a última ratio. Ou seja, antes de chegar até ela já houve violência psicológica, sexual, patrimonial...

Outro dia também li uma matéria da ex-mulher de CAUA REYMOND, Mariana, que relatava de relações abusivas de um modo geral. Relações em que o homem desmerece a mulher em todos os campos de sua vida (profissional, pessoal, familiar) e isto faz com que a mulher se sinta cada vez mais acuada, triste e realmente acreditando que ela é a responsável por toda aquela BRIGA CONJUGAL.

Aliás, isto tem nome: GASLIGHTING.

A tarefa do abusador em fazer você acreditar que “exagerou”, que “fantasiou” ou que “causou tudo isto”.

A cada briga uma nova tentativa de reconquista e então este ciclo segue se repetindo (o ciclo da violência que se repete em até 07 vezes até o rompimento desta relação).

Outra preocupação: o filho do casal presenciou as agressões.

E, por fim, diversos vídeos anteriores foram postados: Ana Caiu do cavalo, ana machucou o braço, Ana caiu da escada.

Ana clama por SOCORRO!

Todos precisamos ser contra violência.

Ana Carolina Vilela Guimarães Paione
Advogada com especialização em direito de família e processo penal, Membro da Comissão de Familia e Sucessões da OAB Santo Amaro, Membro da Comissão de Adoção da OAB Santo Amaro, Professora da ESA.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Artigos Mais Lidos

Decisão importante do TST sobre a responsabilidade de sócios em S.A. de capital fechado

20/12/2024

Planejamento sucessório e holding patrimonial: Cláusulas restritivas societárias

20/12/2024

As perspectivas para o agronegócio brasileiro em 2025

20/12/2024

A sua empresa monitora todos os gatilhos e lança as informações dos processos trabalhistas no eSocial?

20/12/2024

O futuro dos contratos: A tecnologia blockchain e o potencial dos smart contracts no Brasil

20/12/2024