É fundamental estarmos atentos ao modo como grupos conseguem articular informações e construir narrativas a partir de erros individuais, como o caso da assessora do Ministério de Igualdade Racial. Distorcendo a realidade para corroborar com a teoria do "racismo reverso".
Essa manipulação prejudica a luta contra a discriminação racial. Deslegitimando as conquistas e até mesmo apagando a própria definição de racismo. E esse processo de desconstrução é roteirizada e só precisa de um ator para criar forma e ter visibilidade.
O privilégio associado à branquitude pode ser tão prejudicial. Pois, permeia diversas esferas da sociedade, tornando-se corrosivo. Essa influência pode descaracterizar a verdadeira natureza do racismo, levando muitos a duvidar da existência do problema ou acreditar que ele não afeta mais os minoridazos raciais.
Vivemos uma época critica de ataques a democracia, ódio e extremismo político. Que quase levou a sociedade ao caos. O incidente envolvendo a assessora ocorreu na mesma semana em que o Presidente fez uma declaração prejudicial, que ignorou e minimizou as questões relacionadas a "gênero e cor". Isso representa um problema de proporções enormes, já que é interpretado como um endosso às visões daqueles que ainda desfrutam dos privilégios herdados.
Não é a primeira vez, que o Presidente emite declarações problemáticas. Recentemente o Presidente esteve na África e agradeceu aos trabalhos dos povos escravizados pela construção do Brasil. Essas palavras refletem uma profunda falta de compreensão e sensibilidade em relação à história do nosso país e à luta contínua contra a discriminação racial e de gênero.
As situações descritas evidenciam a crueldade do racismo e destacam a disparidade de tratamento entre diferentes grupos na sociedade brasileira.
Uma jovem negra e assessora do Ministério de Igualdade Racial cometeu um erro e enfrentou uma reação desproporcional por parte da mídia. Ela perdeu seu emprego, que era sua fonte de sustento, e agora está sujeita ao cancelamento público e ataques de haters nas redes sociais.
Por outro lado, jovens estudantes de medicina envolvidos em atos de violência sexual, que são crimes de acordo com nossa legislação penal, não enfrentaram penalidades significativas. Além disso, durante esses atos, eles fizeram uso do Black face, uma representação racista, sem que fossem responsabilizados. O caso só veio a público muito tempo depois dos acontecimentos.
Essas discrepâncias ressaltam a necessidade de uma reflexão profunda sobre esses temas. Portanto, é crucial permanecermos vigilantes, questionando discursos e informações que distorcem a realidade, e continuarmos a luta pela igualdade e justiça racial, conscientes dos desafios que enfrentamos para combater o racismo estrutural em nossa sociedade.