A resiliência é um conceito utilizado, para explicar os inúmeros efeitos que um mesmo nível de estresse tem sobre várias pessoas diferentes. Pode ser explicada, como um processo de superação de crises, adversidades no dia a dia, ou ainda a capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por experiências diversas.
A resiliência é um processo dinâmico que tem como resultado a adaptação em contextos de grande adversidade, ou seja, a capacidade de manter o bom funcionamento, após a exposição ao estresse, pois é mais comum, que as pessoas se manterem saudáveis, depois de passarem por situações difíceis, do que se desestruturarem.
Além de suportar a pressão, o indivíduo resiliente aprende com suas dificuldades e desafios. Assim, usa da sua flexibilidade, para se adaptar e sua criatividade para encontrar soluções alternativas.
A resiliência tem sido reconhecida como aspecto importante na promoção e manutenção da saúde mental, podendo reduzir a intensidade do estresse e diminuir sinais emocionais negativos, como ansiedade, depressão ou raiva. Portanto, “a resiliência é efetiva não apenas para enfrentar adversidades, mas também para a promoção da saúde mental e emocional” (Grotberg, 2005, p. 19).
Por exemplo, a resiliência em caso referente à perda e ao trauma, consiste na capacidade do indivíduo, exposto a algum desses tipos de risco, de manter níveis relativamente estáveis e saudáveis do funcionamento físico e psicológico. Não indica psicopatologias, mas sim um funcionamento saudável e que não leva a reações do luto atrasadas.
Escala Connor-Davidson
A Escala Connor-Davidson de Resiliência (CD-Res) é uma medida psicológica desenvolvida, para avaliar o nível de resiliência de um indivíduo.
Ela foi criada por Jonathan R.T. Davidson e Richard Connor em 2003.
Desde a sua criação, a Escala CD-Res é usada em muitos estudos científicos, para avaliar a relação entre resiliência e outros fatores, como a qualidade de vida, a saúde mental, o bem-estar e o desempenho em diferentes áreas.
Ela é composta por 25 itens, que avaliam diferentes aspectos da resiliência, como a capacidade de adaptação a mudanças, a habilidade de lidar com desafios e adversidades, o senso de controle sobre a própria vida, entre outros.
A Escala Connor-Davidson é considerada uma ferramenta útil, para avaliar a resiliência em diferentes populações e pode auxiliar na identificação de áreas, que precisam ser trabalhadas, para o desenvolvimento da resiliência e promoção do bem-estar psicológico.
Conceitualmente, explica as diferenças que um mesmo nível de estresse pode causar diferentes efeitos no indivíduo. Serve para determinar o processo pelo qual a pessoa é capaz de superar crises e adversidades. Indica a capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade (Grotberg, 2005; Melillo, 2005; Rutter, 1993; Yunes, 2003).
Esta escala é composta por subescalas que medem: autoeficácia e tenacidade, adaptabilidade, redes de apoio, espiritualidade, controle de pressão e controle e finalidade.
- A autoeficácia refere-se à crença de uma pessoa em sua própria capacidade de realizar tarefas e alcançar metas.
- A tenacidade refere-se à capacidade de uma pessoa de persistir e superar obstáculos e desafios, mesmo diante de adversidades.
- A adaptabilidade refere-se à capacidade de uma pessoa de se ajustar e lidar com as mudanças e desafios da vida de maneira eficaz.
- As redes de apoio referem-se às pessoas e recursos disponíveis para ajudar uma pessoa a lidar com o estresse.
- A espiritualidade refere-se à crença em algo maior, do que a própria pessoa, que pode ou não estar associado à religião.
- Controle de pressão corresponde a tomar decisões necessárias para solucionar problemas, manejar as emoções geradas e sair fortalecido após este processo.
- Controle e finalidade envolve a percepção de controle e propósito em relação a própria vida.